Enchente, excesso de chuva e granizo são os principais fenômenos climáticos registrados neste ano e que estão afetando a produtividade no campo de Venâncio Aires. Os dados de perdas na produção ainda estão sendo calculados, já que a colheita iniciou recentemente. Com o passar do ciclo será possível analisar o tamanho dos prejuízos na agricultura. Atualmente, a redução chega a 6,6% na produtividade da área cultivada com tabaco no campo venâncio-airense.
A projeção para a atual safra de área plantada com a planta é de 8.400 hectares. Deste total, já ocorrem perdas em função dos alagamentos de setembro, com a cheia do rio Taquari, afetando cerca de 200 hectares. A quebra com o evento do último fim de semana ainda são contabilizadas. Além das enchentes, a queda de granizo e excesso de chuva também devem afetar a produtividade das lavouras com tabaco. Segundo dados da Emater/Ascar, a projeção era de encerrar o atual ciclo produtivo com 2,25 toneladas por hectare colhido. Entretanto, com a situação climática atual, a projeção é de queda, passando para 2,1 toneladas por hectare produzido.
“Já temos perdas instaladas devido a enchente, a baixa drenagem também afetou o cultivo e onde a infiltração tem dificuldade, pode ocasionar outras perdas. Com o acumulado de granizo, a perda já pode bater com queda de 0,1 tonelada por área plantada. Mas ainda é cedo para um diagnóstico preciso sobre a situação atual da safra de tabaco,” explica o chefe do escritório local da Emater, engenheiro agrônomo, Vicente Fin.
Apesar da quebra na safra de tabaco, Fin afirma que deve ocorrer valorização do preço pago ao produtor. “O preço tem uma tendência de ser bom. Existe uma perda geral, em todos os estados e muitos municípios, então, deve ocorrer uma valorização com o passar da colheita. Também com o tabaco uma rápida recuperação, apesar das condições, com melhorias nas folhas em poucos dias, com mais sol e menos chuva. Então, o cenário ainda está em avaliação sobre a atual safra,” comenta.
TRIGO
Se tem uma cultura que já sente os impactos do clima, é o trigo. Com um recorde na atual safra da área plantada, com mais de 1,55 mil hectares, as perdas verificadas envolvem o excesso de chuva, em especial no fim do ciclo produtivo. Segundo a Emater de Venâncio, a queda na produção deve alcançar os 36%. A expectativa era de registrar até 50 sacas por hectare de trigo, porém este volume deve chegar em 35 sacas. O relatório inicial de safra apontava que o cultivo poderia render quase 3 mil toneladas, envolvendo 60 famílias na produção.
Ainda nos grãos, o milho safra também é uma cultura com registro de perdas, já em 3%, na produção. A chuva e as enchentes afetam a produção, e não deve alcançar os 6.700 quilos por hectare, como projetado inicialmente. No levantamento atual, essa produtividade não deve ultrapassar os 6.500 quilos.
HORTALIÇAS
Outra cultura que já acumula perdas nas lavouras, envolvem as hortaliças e frutas. “O moranguinho e as hortaliças estão com percentual de perda, por conta da falta de luminosidade. As frutas têm percentual de 30% a 35% com perdas. As frutíferas também acabam sendo comprometidas, principalmente pelo excesso de umidade e durante o florescimento e baixa insolação,” explica Fin.
A produção envolvendo proteínas também está registrando queda na produtividade. O mel é uma das culturas mais comprometidas, com queda de 30%, com cerca de 800 caixas perdidas durante a enchente. A produção de leite também registra queda na produtividade, porém, ainda sem dados oficiais no município.
