Venâncio Aires possui cerca de 40% do solo em condições adequadas para cultivo

Olá Jornal
abril17/ 2024

Na última segunda-feira, 15, foi celebrado o Dia Nacional de Conservação do Solo. A data busca ampliar o debate sobre os cuidados com a terra, em especial para a produção agrícola. O assunto é pauta constante entre os técnicos da Emater/Ascar de Venâncio Aires e garante avaliação dos mais diferentes tipos de solos encontrados nas lavouras venâncio-airenses. A garantia de substratos orgânicos, minerais, água e proteção da base das lavouras entram na lista de quesitos avaliados antes do cultivo.

Conforme análise do chefe do escritório local da Emater, Vicente Fin, atualmente cerca de 40% do solo da Capital do Chimarrão tem condições adequadas. São locais que contam com níveis adequados para garantir o cultivo. Segundo o engenheiro agrônomo, o percentual é ocupado principalmente pela produção de tabaco, grãos e arroz, que tradicionalmente mantém investimentos na conservação do solo.

“Quando nós reunimos tabaco, grãos, arroz, todas essas culturas, nós temos 40% dos solos alinhados no que tange a uso de corretivos e adubação. Como o tabaco tem uma área grande, nós temos um percentual, no tabaco de 35% a 38%,” revela.

Dentro do percentual considerado adequado para a produção agrícola, Fin afirma que já há casos com excesso de insumos para correção de níveis. “Nós temos uns 15% da área que está usando muito insumo, ou seja, muito adubo quando se vê a necessidade das análises de solo. Então eles estão usando adubação maior do que é necessário pela análise de solo,” comenta.

No caso das áreas com excesso de adubação, o profissional lembra que é necessário aumentar a matéria orgânica do solo, para garantir resultados adequados de produção.

Ainda segundo a amostra da Emater, cerca de 25% do solo está quase ideal, necessitando ajustes de adequação nos mineiras e correção de drenagem, entre outros pontos. Entretanto, segundo Fin, cerca de 35% da terra venâncio-airense é considerada fora dos padrões para cultivo, necessitando de investimentos na conservação. “Esse restante fica entre muito degradado, e que precisa correção de pH, então com calcário, correção de fósforo, melhoria da matéria orgânica, melhoria de cobertura verde e assim por diante,” explica.

ALIADO
O bom uso do solo nas lavouras é também apontado como fundamental nos períodos de seca, já que garante reserva de umidade e melhor drenagem para as culturas no campo. “Toda a promoção de infiltração ela vai a longo prazo, vai ser estocada e liberada a longo prazo e também vai manter as vertentes, então não tenha dúvida que com o uso correto conservacionista vamos ter uma melhor formação de planta, e isso vai fazer também a promoção da melhor infiltração na água. Então são todos os fatores que colaboram para a questão de segurança hídrica. Nós temos sempre um ganho enorme quando se investe na melhoria e qualidade do solo,” reforça Fin.

“Conservar para manter o bem mais rico que o produtor tem,” destaca professora da Unisc

A coordenadora do Curso de Agronomia da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Priscila Mariani, destaca a importância do tema da conservação do solo. Segundo a docente, o produtor da região já compreendeu a importância de manter a terra que utiliza para a lavoura de forma saudável. Para a professora, o assunto é também estimulado pelas indústrias do setor do tabaco, principal cultura agrícola do Vale do Rio Pardo.

“A gente não pode simplesmente ir plantando, porque estamos extraindo todos os nutrientes, todo o potencial daquele solo. Precisamos ter um manejo para que se consiga tornar sustentável o sistema de cultivo. O produtor na sua terra, vai trazer as receitas dele,” explica.

A profissional lembra que antes da pauta da conservação do solo ganhar destaque no sistema agrícola, produtores rurais perdiam as propriedades por falta de condições para o cultivo. “Se ele não tem o solo, agora já não é mais tão comum, mas antigamente quando não se tinha esse cuidado, o produtor entrava em falência, porque o solo não tinha mais como recuperar, ele precisava de muito investimento e o produtor não tinha esse recurso disponível,” relembra.

Priscila destaca que todas as ações de cuidados com o solo, buscam garantir terras saudáveis para o principal bem do agricultor. “Então, hoje essas técnicas de manejo, de produção, pensando em botar mais raiz no solo, ter palhada, que são as técnicas conservacionistas. Estas ações vem também a esse encontro, de manter o bem mais rico que o produtor tem, que é o solo,” conclui.

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