Além de garantir melhorias na produtividade, os cuidados de manejo do solo poderão também garantir aos produtores créditos de carbono. Isso ocorre, porque a partir da utilização de matérias orgânicas para melhoria da terra, o carbono fica presente no solo, evitando que seja jogado na atmosfera. Esse processo é alvo de pesquisas e poderá garantir às empresas e produtores rurais créditos, assim como ocorre em outras medidas de compensação financeira por atitudes ambientais. O tema encerra a série especial do Olá Jornal que ocorreu desde abril para abordar a proteção da terra cultivável. O material contou com patrocínio da China Brasil Tabaco, Unisc e Profigen.
As condições para conseguir sequestrar mais carbono na agricultura pela retenção do solo, a partir de práticas de manejo sustentáveis e sistemas produtivos que integrem lavoura e pecuária, têm apontado resultados positivos, e até 2030, estes créditos podem movimentar até US$ 30 bilhões. No ciclo do carbono, o solo, maior reservatório de carbono do mundo, tem papel fundamental para o sequestro da molécula, e esse pode ser o foco dos projetos brasileiros, com a integração entre produção, manutenção de florestas e criação de animais, estratégia que tem potencial para diminuir as emissões.
A partir deste cenário, os produtores de tabaco, que já instituíram programas eficazes para conservação do solo, podem garantir retorno financeiro com medidas de proteção. O desafio atual será a forma de monitoramento do carbono estocado no solo, bem como formas de comprovação. “Matéria orgânica é carbono retido no solo, temos vistos solos cultivados de forma a adequar os minerais e capacidade produtiva. O pagamento de crédito de carbono, deve ser um novo divisor, ainda está em avaliação as formas de monitoramento e de direcionamento dos resultados feitos de forma individual ou por cadeias produtivas,” explica o coordenador da Unisc Serviços, Paulo Roberto Theisen.
A Universidade de Santa Cruz do Sul mantém, desde os anos 1980, um laboratório para análise das condições de solo. Uma nova unidade de análise também foi implantada no início do ano no estado do Mato Grosso. Para o profissional, os créditos de carbono para conservadores do solo, será uma forma de incentivo aos produtores. “Vai incentivar cada vez mais a conservação. Menos carbono emitido teremos menos efeito estufa. Efeitos globais, quando se fala em conservação estamos falando em contribuição para a proteção do meio ambiente,” destaca.
CRÉDITO
Cada tonelada de CO2 que deixa de ser emitida equivale a um crédito de carbono. Um crédito de carbono vale aproximadamente US$ 5 ou R$ 26 no Brasil. O preço mundial do crédito de carbono, no entanto, pode variar de US$ 1,20 a US$ 40 por tonelada de carbono, dependendo do mercado que está sendo negociado. O crédito de carbono é um mecanismo para frear o excesso de emissões de gases do efeito estufa, que são os responsáveis pelo aquecimento global. Entre as vantagens do crédito de carbono, estão a redução das emissões de gás de efeito estufa e a garantia de cumprimento de metas de redução por meio da compra de créditos por países poluidores. Além disso, pode haver incentivo em países com alta cobertura florestal como o Brasil, de desenvolvimento de projetos para gerar créditos a partir de florestas em pé.