Presidente da ALRS, Pepe Vargas defende democracia, gestão compartilhada e repactuação da dívida

Olá Jornal
fevereiro04/ 2025

Em sua primeira entrevista coletiva como presidente da Assembleia Legislativa, o deputado Pepe Vargas (PT) explicou como pretende pautar o tema do desenvolvimento sustentável durante sua gestão. A conversa com os jornalistas ocorreu logo após a sessão solene de posse, na tarde desta segunda-feira (3), e foi coordenada pela nova superintendente de Comunicação e Cultura, Vânia Lain.  Profissionais de imprensa de veículos de diversas regiões do estado acompanharam a atividade.

Presidente Pepe Vargas (PT) concedeu coletiva de imprensa após posse na Assembleia Legislativa

Pepe Vargas afirmou que, por meio do Fórum Democrático, que é um espaço de diálogo entre o Parlamento e a sociedade, serão promovidos debates sobre crescimento e sustentabilidade nas nove regiões funcionais do Rio Grande do Sul. Além disso, o Parlamento irá estimular entidades sociais a discutir o assunto e apresentar suas propostas. “Precisamos crescer com sustentabilidade social e ambiental. Isto é, produzir com mais cuidado com o meio ambiente, distribuindo melhor a renda e reduzindo desigualdades entre as nossas regiões”, sustentou.

Repactuação da dívida

Questionado sobre as finanças públicas, o novo presidente da Assembleia afirmou que o Rio Grande do Sul terá uma oportunidade inédita com a nova repactuação da dívida com o governo federal. Até 2026, R$ 14 bilhões ficarão no Estado, representando liquidez imediata para novos investimentos. Ela ressaltou que, mesmo que o valor seja somado ao saldo devedor no final do período, a proposta em discussão permitirá que, em vez do pagamento de juros, o Estado invista em determinadas áreas. Na avaliação de Pepe Vargas, a proposta é “bastante vantajosa para o Rio Grande do Sul, garantindo que recursos significativos fiquem aqui em vez de irem para Brasília”.

Democracia

Em relação à polarização política, Pepe argumentou que “o problema não é a divisão, mas o não cumprimento das regras por participantes do jogo democrático”. “O caminho é muito claro. É preciso respeitar as instituições e o processo democrático e aceitar os resultados”, sintetizou, alertando também que “não há só divisões na política, mas muitos consensos e somas de vontades em prol do interesse público”.

Gestão compartilhada do Parlamento

O presidente defendeu a gestão compartilhada nos moldes em que é praticada pelo Poder Legislativo do Rio Grande do Sul. Em sua avaliação, o modelo fortalece a democracia interna pelo fato de ser orientado por regras claras. Além disso, a pluralidade da Mesa Diretora, marca do Parlamento gaúcho, reduz o poder discricionário do presidente, e o Colégio de Líderes permite que as bancadas decidam a pauta de votações.

Gastos do Parlamento

Sobre os gastos do parlamento gaúcho, ele afirmou que representam metade do valor máximo permitido pela legislação. “Em 2009, o custo de manutenção de todas as atividades da Assembleia equivalia a oito dias de arrecadação. Em 2023, essa relação caiu para seis dias”, comparou.

Pepe disse também que as despesas com pessoal estão muito distantes do limite máximo e que o Poder Legislativo vem ano a ano melhorando seu desempenho fiscal.

Governo Lula

Questionado sobre o governo Lula, Pepe Vargas lembrou que o governo federal cumpriu a meta estipulada pelo arcabouço aprovado pelo Congresso Nacional, que a inflação está dentro do limite definido, a taxa de desemprego é uma das menores da história e que o crescimento foi de 3,5%.  “Estes são os números. Para além disso, o mercado tem errado bastante em suas avaliações e projeções. Errou no ano passado e no retrasado também”, pontuou.

Ajuda aos municípios

O presidente da Assembleia respondeu ainda questões sobre ajuda aos municípios, pedágios e infraestrutura. Pepe defendeu a continuidade do debate sobre a modelagem de concessão de rodovias nas comissões técnicas da Assembleia Legislativa e afirmou que as associações de municípios devem intensificar o diálogo com o governo do Estado sobre suas demandas. Ressaltou que o Parlamento tem a prerrogativa de remanejar recursos do orçamento do Estado para atender as necessidades das comunidades. E disse por fim que muitas das questões pleiteadas pelos municípios poderão ser debatidas nas rodadas do Fórum Democrático, que ocorrerão no decorrer de 2025.

Mais de 180 profissionais de comunicação de veículos de todo o estado se cadastraram para cobrir ou fazer a transmissão das atividades que marcaram a troca de legislatura no Palácio Farroupilha. 

CRÉDITO: AI ALRS

Olá Jornal