JTI busca alternativa para mudar cenário nacional que emprega apenas 28% das pessoas com deficiência

Olá Jornal
setembro19/ 2022

Mesmo após mais de 30 anos da Lei 8.213/91 (que dispõe, entre outros, sobre cotas para pessoas com deficiência nas empresas) ainda há muitos obstáculos para esse público no mercado de trabalho. Segundo levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2019, apenas 28,3% das 17 milhões de pessoas com deficiência ocupam alguma posição laboral. O Dia Nacional da Luta das Pessoas com Deficiência, celebrado em 21 de setembro, busca legitimar as políticas de inclusão e jogar luz sobre o papel de todos nesta luta.


Embora a inclusão de pessoas com deficiência (PcDs) venha sendo amparada por políticas que lhes garantem direitos básicos, como acessibilidade, oficialização da Libras (Linguagem Brasileira de Sinais) e o direito à sua integração de forma igualitária na sociedade, no mundo corporativo o grande desafio desse público é ser reconhecido e valorizado, indo além do preenchimento de cotas.


Colaboradora da Japan Tobacco International (JTI) desde 2020, Mariane Jaques conta sobre a importância de trabalhar em uma empresa que possui políticas concretas de inclusão, permitindo o desenvolvimento profissional e pessoal de seus colaboradores. Contratada para uma vaga temporária, foi efetivada após passar por processo seletivo e hoje ocupa o cargo de Assistente de Pessoas & Cultura. “Tenho deficiência visual monocular (quando a pessoa tem visão igual ou inferior a 20% em um dos olhos) e baixa visão e meu medo era não ter a oportunidade de desenvolvimento devido às minhas limitações, ficando restrita àquelas vagas em que só esperam o básico de você. Mas na JTI eu me sinto realmente em desenvolvimento, desafiada. Estou ali pelo meu potencial e merecimento, não para preencher cotas”, comenta.


Diversidade como Princípio
Mariane se refere à política inclusiva da JTI para pessoas com deficiência. Em 2014, a empresa criou o Comitê de Diversidade & Inclusão não somente para atender às exigências legais e cumprir as quotas previstas na Lei 8.213/91, mas para ir além e estabelecer a diversidade como princípio da empresa e valor para os colaboradores.
Desde o ano passado, o trabalho com Grupos de Afinidade segue uma intensa agenda de capacitações e ações na empresa, que realiza desde treinamentos de vieses inconscientes até workshops com lideranças. Atividades que ganham reforço em datas que representam marcos para diversidade e inclusão. Essas
ações contam com participantes de todas as áreas do negócio. Um dos pontos que reforçam os esforços da JTI para se tornar cada vez mais inclusiva é contar, por exemplo, com uma intérprete de libras para os eventos e transmissões on-line realizadas pela companhia.


Dia a dia
A visão monocular afeta as noções de profundidade, distância e espaço, prejudicando a coordenação motora e gerando perda de equilíbrio. Mas Mariane desempenha suas atividades, como suporte a treinamentos e gerenciamento do arquivo da área de Pessoas & Cultura, sem grandes desafios. Isso porque recebeu da JTI treinamentos e uma preparação para as funções que desempenha, dentro de um ambiente seguro e inclusivo.
“Os maiores desafios são os pessoais, que são superados com força de vontade e esforço. A JTI me auxilia nisso reconhecendo que cada um de nós é único, com nossas limitações. Minha rotina se torna fácil por me sentir em um ambiente inclusivo, e saber que se eu tiver alguma necessidade, ela será atendida da melhor forma possível”.
“Atuo em uma equipe maravilhosa, na qual nunca me vejo discriminada, pelo contrário, todos somos diferentes ali. Isso faz com que todos ganhem com essa integração. O colaborador com deficiência ganha autonomia, recupera a autoestima e a confiança em si mesmo. A empresa ganha colaboradores engajados, comprometidos e dedicados, prontos a fazer as melhores entregas”, diz
Mariane.


Multiplicação
Hoje, a JTI conta com 81 colaboradores com deficiência física, visual, auditiva e múltipla, trabalhando em todas as áreas (Engenharia, Pessoas & Cultura, Serviços, Vendas, Operação de máquinas, Manutenção etc). Destes, 11 vieram da primeira edição do Multiplicação, em 2019, programa educacional promovido pela JTI para formação profissional de pessoas com deficiência. Outros cinco estão em preparação na segunda edição do programa.
O Multiplicação é destinado a pessoas com deficiência, maiores de 18 anos e com ensino médio completo. Tem duração de 24 meses, período em que o capacitando tem direito a salário e benefícios da empresa, com chances de efetivação.
Na sua segunda edição, realizada em parceria com a empresa MP Educação Profissional, a capacitação na modalidade EAD é voltada para formar Técnicos em Agropecuária. Os participantes aprendem a gerenciar uma propriedade ou estabelecimento comercial agropecuário, operar máquinas e equipamentos,
projetar instalações rurais e realizar medição, demarcação e levantamentos topográficos rurais, assim como fazer o manejo integrado de pragas, doenças e plantas espontâneas.

Dentro da JTI ocorrem os ciclos de aprendizagem prática nas áreas de pesquisa, agronomia técnica, orientação agrícola para os produtores e na área de compra de tabaco. “O MultiplicAção é muito importante para a estratégia de D&I da empresa, pois é uma ação afirmativa que demonstra nosso comprometimento com o tema, com a comunidade onde atuamos e com a inclusão genuína de pessoas com deficiência”, explica Mirian Canto, gerente de Pessoas & Cultura da JTI.


Pela primeira edição do MultiplicAção, a JTI Brasil recebeu o prêmio Sustainability Awards, iniciativa global da multinacional. “É a primeira vez que recebemos um prêmio tão importante na categoria de Pessoas – um dos pilares da estratégia de sustentabilidade da empresa – e ele reforça que estamos no caminho certo e alinhados ao que acreditamos”, completa Mirian.


Olá Jornal