A plantação antecipada de tabaco nas lavouras na safra 2022/2023 também aponta para novidades na principal cultura agrícola de Venâncio Aires. No atual ciclo produtivo, a cidade terá aumento de 2,3% na área cultivada, com 8,8 mil hectares. O crescimento além da valorização pela produção, registrado na safra passada, ocorreu, segundo apurado pelo escritório local da Emater/Ascar, pelo retorno de trabalhadores para o meio rural.
O crescimento, mesmo que tímido, desperta atenção para o setor primário, após queda de 23% no número de famílias produtoras de tabaco em Venâncio Aires. Na safra anterior, 3.125 famílias estavam ligadas ao cultivo da planta. Já em 2022/2023, são 2.425 famílias. Atualmente, segundo dados da Emater, 6.227 famílias realizam o manejo de alguma cultura agrícola. O número também teve redução de 8,8%.
Conforme o chefe do escritório local da entidade de assistência técnica rural, o engenheiro agrônomo, Vicente Fin, a redução de famílias produtoras ocorreu nos últimos anos por conta da idade destes produtores. Entretanto, neste ano, após melhor valorização da produção, ocorreu um retorno de filhos de produtores, que haviam buscado emprego nas áreas urbanas. Com isso, se verificou o incremento, embora pequeno, na área plantada com tabaco em Venâncio Aires.
“Muitas famílias saíram da produção de tabaco, por idade e por falta de mão de obra. Em compensação, neste ano, muitos filhos de produtores que tinham ido para a cidade, retornaram. E quem retornou e junto com os que já estavam no campo, a tendência é plantar um pouco a mais,” explica.
Fin destaca ainda que a antecipação do cultivo ocorreu por conta das projeções climáticas. “A produtividade em si, no ano passado os produtores tiveram perdas, por conta da estiagem, e este ano os produtores adiantaram o plantio, temos pessoas já colhendo. Nesta época, tradicionalmente estavam plantando. Os produtores correram um risco, porque ainda havia chance de geada. Mas como não se confirmou, a projeção inicial era também de estiagem no fim deste ano, por isso houve o plantio mais cedo. Mas a previsão tem sido alterada, porque o inverno era para ser seco, mas não se confirmou, foi um período chuvoso,” comenta.
MOVIMENTAÇÃO
A projeção atual da Emater é de 2,3 toneladas produzidas por hectare em Venâncio Aires. Com isso, a safra deve alcançar quase 21 mil toneladas. No ciclo produtivo passado, a produção alcançou 19 mil toneladas, com média de 2,25 toneladas por hectare. A produção movimentou neste ano mais de R$ 263,9 milhões, mais de 60% do total do Valor Bruto de Produção Agrícola. Porém, outras culturas com ciclos produtivos mais no fim do ano ainda serão contabilizadas nos indicadores, o que deve reduzir a participação do tabaco no acompanhamento.
REGIÃO SUL
A região Sul também tem registrado redução nas famílias produtoras de tabaco. Conforme dados da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), na última safra 128.448 famílias produziram a planta. No ciclo anterior eram 137.618. Se comparado a safra 2016/2017, a redução chega a 8,4%. Os dados da safra 2022/2023, com a projeção de famílias que estão plantando tabaco, serão divulgados até o fim de outubro.