Venâncio Aires é uma das 38 áreas do Rio Grande do Sul consideradas afetadas com o vírus da Febre Amarela em 2022. Apesar de constar nos relatórios de monitoramento da Secretaria Estadual da Saúde, neste ano na Capital do Chimarrão não foram confirmados casos da doença. No mês passado, a morte de um macaco acendeu o alerta, já que ocorreu próximo da divisa entre Venâncio e Santa Cruz do Sul, em Linha Pinheiral.
Entretanto, o monitoramento do animal ficou sob responsabilidade das equipes de vigilância da cidade vizinha. Ao longo do ano também, as equipes do Centro de Atendimento de Doenças Infecciosas (Cadi) não encontraram mortes de animais para investigação. A situação é uma forma de alerta para a circulação do vírus na área de cobertura do município. Não é o animal que transmite a doença, e sim ele é uma vítima do vírus, e ajuda a alertar às autoridades sobre a situação.
Em 2021, Venâncio Aires registrou três mortes de primatas na sua área de cobertura. Destas, 2 foram confirmadas para o vírus da Febre Amarela. Os dados são acompanhados pela Divisão de Vigilância Ambiental em Saúde, do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS).
VACINAS
Na Capital do Chimarrão a cobertura vacinal contra a doença alcança 95,57%. Esse percentual é considerado adequado. Conforme a enfermeira coordenadora do Cadi, Carla Lili Müller, a vacinação tem adesão desde o surto da doença que ocorreu em 2009. “Naquele ano tivemos mortes pelo vírus na região, com isso, houve adesão da população a essa vacina. também é uma imunização muito eficaz,” destaca.
Atualmente em Venâncio Aires a vacinação contra a Febre Amarela é aplicada diariamente no posto de saúde central. Já nos postos de saúde é feita de forma escalonada, por isso é preciso consultar os dias ofertados nas unidades. Isso ocorre porque após aberto o frasco de vacina, em seis horas ele precisa ser aplicado, e após esse período ocorre a perda das doses.
DOENÇA
A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, que pode ser silvestre ou urbana. O vírus é transmitido por mosquitos transmissores infectados e não há transmissão direta de pessoa a pessoa. Os casos que ocorrem no Brasil são silvestres, quando o vírus é transmitido por mosquitos que vivem em áreas de mata. Desde 1942, não existem casos de febre amarela urbana, transmitida pelo Aedes aegypti. Em área de matas, a morte de primatas não humanos (epizootias) servem de sentinelas da chegada do vírus em determinada região.