A produção de leite em Venâncio Aires encerrou o último ciclo produtivo, em 2022, com crescimento nas receitas geradas. O resultado é 17,8% maior do que o verificado no ano anterior, movimentando ao longo do ano mais de R$ 17,09 milhões. Este volume de negócios ocorre mesmo após queda de produção, prejudicada por conta da estiagem, e redução no número de famílias ligadas à cultura.
Entretanto, o manejo dos rebanhos e a melhoria genética tem garantido aumento de produtividade, por animal, ampliando mais receitas aos produtores. A cultura, apesar do crescimento dos valores gerados com a comercialização, registrou ao longo do ano passado elevação brusca dos custos produtivos.
Conforme o relatório de produtividade da safra 2022/2023 elaborado pelo escritório local da Emater/Ascar, atualmente 108 famílias estão ligadas à produção de leite em Venâncio Aires. No último ciclo produtivo, 2.150 animais garantiram 9.428.830,00 litros de produção. Este volume representa queda de 2,65%. A produtividade média por animal ficou em 4.385,00 litros por ano, crescimento de 0,8% em um ano.
A redução, conforme o chefe do escritório local da Emater, engenheiro agrônomo, Vicente Fin, ocorre por conta da estiagem. “A estiagem afetou o desenvolvimento de pastagem, que gerou redução na produção geral. Esse foi um cenário verificado em todo o Rio Grande do Sul, com queda na produção por conta do período de seca no estado.”
PRODUTIVIDADE
O engenheiro agrícola da Emater/RS-Ascar, Diego Barden dos Santos, responsável pelos programas de acompanhamento da produção leiteira destaca que ao longo dos últimos anos ocorreu no município melhorias nos rebanhos e aprimoramento nas propriedades rurais.
“Com as famílias que permaneceram na atividade leiteira, houve um melhoramento genético de animais, há uma política pública sobre isso. O manejo alimentar também melhorou, onde os produtores buscaram alimentos de mais qualidade. Houve um entendimento para os animais produzirem mais, e também ocorreu uma melhoria na sanidade dos animais. Os produtores que estão na produção aumentaram a produtividade por propriedade e nos rebanhos,” explica.
RECEITAS
O valor recorde de receitas geradas com cultura em 2022, segundo o profissional, ocorreu a partir da melhoria do preço pago ao leite produzido no campo. “Ocorreu uma melhoria pelo litro bruto pago pelo leite. Não necessariamente o produtor está lucrando mais, porque aumentaram os custos da produção, mas o valor bruto pago pelo litro de leite cresceu e gerou esse volume de receitas históricas,” comenta.
Os reflexos da estiagem também são sentidos nos custos de produção, com menos pastagens e silagens feitas pelos próprios produtores, Santos explica que foi preciso comprar rações, que tiveram elevação de preços ao longo do último ano, reduzindo as margens de lucratividade dos produtores.
FUTURO
Para o novo ciclo produtivo, o cenário ainda é incerto. Segundo o profissional da Emater, os resultados estão ligados diretamente ao movimento de consumo dos brasileiros. “Como o leite é um produto de consumo básico, oscila a partir da capacidade de compra do mercado brasileiro. Isso ocorre não só com o leite, mas também com os derivados, queijo, manteiga e lácteos. A tendência é seguir evoluindo na produtividade e manejo dos rebanhos, sem aumento no número de famílias produtoras,” conclui.
