As cidades com futuro promissor estão ligadas diretamente a sua economia com condições para se adaptar às realidades do momento. Ao completar 130 anos, Venâncio Aires já demonstra rumos que poderão ser seguidos para enfrentar os próximos 100 anos. As condições de garantir o seu multipotencial passam também pelo setor primário. Se o caminho para consolidação das economias locais é a diversificação, a cidade já está bem adaptada.
Todo esse potencial de diversificação na agricultura pode ser verificado nos acompanhamentos de produção agrícola, sejam os 19 itens monitorados em lavouras temporárias (caso do tabaco, por exemplo), as 14 permanentes e o segmento da pecuária analisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na maior parte dos dados, Venâncio Aires está entre os 20 municípios gaúchos com mais produção.
O setor primário venâncio-airense tem destaque (entre os 20 maiores do estado) em culturas como: abacate, banana, caqui, erva-mate, goiaba, mamão, pera, amendoim, batata doce, ervilha, tabaco (segundo maior produtor do país), mandioca (quarto maior produtor do estado), milho, alevinos e mel de abelha (10º produtor do RS).
Os dados de produção são um importante braço da economia e apontam para caminhos que poderão ser seguidos no futuro. Atualmente a agricultura de Venâncio Aires movimenta por ano R$ 275 milhões (dados 2020). A expectativa é de crescimento de até 6% no setor primário. Isso aliado ao setor industrial, principal propulsor da economia local.
Para o sub coordenador dos cursos de Ciências Econômicas e Relações Internacionais da Unisc, Silvio Arend, o futuro dos municípios depende da capacidade de fortalecimento da base tributária própria e integração das empresas locais com o mercado internacional. “Principalmente a partir de 2020 ficou claro para todos os municípios que é preciso fortalecer a base tributária própria como forma de fortalecer as finanças municipais, reduzindo a dependência das transferências constitucionais. Este desafio remete à necessidade de, por um lado, ampliação da estrutura municipal de arrecadação/fiscalização; conscientização da população e das empresas locais sobre a importância do pagamento dos tributos, por outro lado, ampliação da atividade econômica, através da criação de novas empresas e ampliação das existentes, buscando novos mercados para além das fronteiras municipais.”
Para o professor, pensar a economia é garantir o futuro das cidades e melhor qualidade de vida da sua população. “Por outro lado, é fundamental pensar na razão essencial de ser do município, que é promover a qualidade de vida da população, não somente no aspecto econômico, mas, principalmente, de saúde, educacional, social e ambiental. Criar um ambiente em que o município se destaque nestes aspectos é também um fator de atração de pessoas e de investimentos,” explica Arend.
FOTO: Divulgação/Arquivo AI PMVA