Consumidores de Dispositivos Eletrônicos para Fumar, ou Vapes, se reunirão em quatro capitais brasileiras, nos dias 27 e 28 de maio, com o objetivo de conscientizar o público e autoridades sobre a regulamentação destes produtos no país. Após os encontros, representantes do movimento irão a Brasília no dia 30 de maio, no Dia Mundial do Vape, para apresentar à Anvisa cerca de 8 mil assinaturas de apoio à regulamentação.
Desde 2009, o Brasil proíbe o comércio, importação e propaganda de Vapes, mas não limita a posse ou uso desses dispositivos. Isso cria um mercado ilegal com milhões de consumidores com acesso a produtos que não têm garantia de qualidade ou procedência. Com base em mais de 8 mil estudos publicados em revistas científicas, os defensores da regulamentação defendem que os vaporizadores são um instrumento fundamental para as estratégias de redução de danos para tabagistas. “Os vaporizadores são uma alternativa segura para quem quer parar de fumar cigarros e a não regulamentação cria um mercado ilegal e deixa milhares de pessoas sem assistência”, explica Alexandro Lucian, criador do site Vapor Aqui.
Na contramão do Brasil, mais de 80 países, como Inglaterra, Nova Zelândia, Canadá e Suécia, decidiram pela regulação do comércio dos produtos com regras sanitárias adequadas, controlando a cadeia produtiva e oferecendo aos consumidores segurança no uso dos produtos.
A iniciativa tem gerado bons resultados nesses países em relação à redução de danos causados pelo tabaco. A Suécia, por exemplo, caminha para ser o primeiro país europeu livre do tabagismo ainda em 2023 – 17 anos antes do prazo estipulado pela OMS para países europeus. A experiência bem sucedida combina recomendações da OMS, como a redução da oferta e demanda de tabaco e a proibição de fumar em determinados locais, mas acrescenta um elemento importante: aceitar produtos livres de fumaça como alternativas menos prejudiciais.
Não há produtos de tabaco sem risco, mas especialistas já mostram que os cigarros eletrônicos são 95% menos prejudiciais do que os cigarros comuns e podem ajudar adultos fumantes a pararem de fumar. “O Brasil está muito atrasado nesta discussão porque temos uma população imensa que fuma e não conta com os recursos mais modernos e seguros para poder deixar o vício”, comenta Lucian.
Os encontros e o Dia Mundial do Vape são organizados pelo VaporAqui.net, portal líder em notícias sobre cigarros eletrônicos, e seus colaboradores. Lucian diz que o objetivo do Dia Mundial do Vape é mostrar que o Brasil deve seguir os países que decidiram pela regulamentação para resolver o problema do mercado ilegal e o consumo indiscriminado, permitindo acesso aos produtos apenas por adultos fumantes e oferecendo um impacto positivo na saúde pública brasileira.
“A postura proibicionista adotada no Brasil em 2009 se mostrou ineficaz e é preciso tomar atitudes para preservar nossa população, em especial os jovens. Exigimos que a ANVISA modifique a atual regulamentação para proteger a sociedade do consumo indiscriminado, do mercado ilegal e de produtos falsificados, além da falta de informações adequadas sobre os riscos e danos dos produtos”, diz Lucian.
Além de se manifestarem de maneira pacífica, os participantes também serão convidados a assinar o pedido de regulamentação que será entregue à Anvisa no dia 30 de maio, em Brasília. O documento foi desenvolvido com a ajuda de profissionais em direito regulatório, especialistas em controle de tabaco e baseado em boas práticas de diversos países que implementaram soluções que se mostraram mais acertadas em relação a Redução de Danos do Tabagismo.
Manifestações pelo Dia Mundial do Vape:
Porto Alegre – 27/05
14h na Pracinha do Gasômetro (Júlio Mesquita) – Centro Histórico
Salvador – 27/05
17h na Praça Ana Lúcia Magalhães – Bairro Pituba
Curitiba – 27/05
19h no Shinobi’s Curitiba – Rua Dr. Faivre, 507 – Centro
São Paulo – 28/05
12h no MASP – Av. Paulista
CRÉDITO: AI Vapesalvavidas