A safra passada foi a última para 8.812 famílias produtoras de tabaco. O número caiu de 146.430 (19/20) para 137.618 na safra atual (20/21), uma queda de 6,02%. A maior redução foi no Paraná que perdeu 15%. Hoje são 24.792 famílias contra 29.160 no ano passado. Santa Catarina é o segundo estado com a maior diminuição, 4,5% passando de 43.780 em 2020 para 41.829 em 2021. Já o Rio Grande do Sul teve queda de 3,4% passando de 73.490 para 70.997 atualmente.
Segundo o presidente da Afubra, Benício Werner, diferentes fatores refletem na perda de famílias nesta cultura. São eles: jovens sem interesse na sucessão, oferta de emprego urbano em municípios com regiões de cultivo de difícil acesso, necessidade de adequar oferta e demanda e ascensão dos preços dos grãos.
“Devido a ascensão dos preços dos grãos os produtores que têm área disponível optaram por aumentar a produção de grãos e diminuir a de tabaco. Ao longo da história, o tabaco apresentava lucratividade maior por hectares. Agora, com preços menores praticados nas duas últimas safras, o produtor está optando por acompanhar a oferta e demanda mundial que está caindo e, consequentemente, a produção no campo também”, explica Werner. No caso do Paraná, a queda foi puxada também pela retirada de produção do tabaco tipo Meryland que está em queda no mercado.
OSCILAÇÃO
O número de famílias produtoras sempre oscilou de um ano para outro, no entanto, a safra 2019/20 entra para as menores da série histórica da Afubra. Desde o ano 2000, quando eram 134.850 famílias, não havia uma safra com este patamar na casa dos 130 mil. O ano de 1995 foi o que teve o menor número de produtores com 132.680 famílias.
O ano recorde foi 2005 quando a safra chegou a contar com 198.040 famílias produtoras. Desde 2018 o total tem se mantido entre 140 mil famílias e, segundo o presidente da Afubra, é neste patamar que deve ficar para os próximos anos. A próxima safra pode ter um aumento porque algumas empresas estão atrás de produtores para aumentar a produção, mas não deve ultrapassar esta média.
Para o dirigente, embora não seja tão interessante para a cadeia produtiva, a redução atende a lei da oferta e demanda. “Desconforto para cadeia produtiva do tabaco no Brasil mas, por outro lado, precisamos estar mais atentos ao mercado para evitar o aumento de oferta se a demanda não comporta”, conclui Werner.