Assim como os primeiros colonos, que enfrentaram os desafios em desbravar o campo da região, o setor primário segue em desafio e constantes mudanças. Foram os jovens imigrantes que fizeram desta terra um grande polo exportador e de negócios no meio rural. Agora, a sucessão nas propriedades agrícolas, ganha destaque, para a permanência de jovens no campo. Um levantamento da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), aponta que a média de idade dos agricultores nas lavouras de tabaco do Vale está em 60 anos.
A situação é diferente na região Sul, onde a média de idade dos fumicultores é menor. A realidade tem gerado preocupação, também, para o futuro da cadeia produtiva e manutenção da produção agrícola do estado.
Conforme o engenheiro agrônomo e vice-presidente da Afubra, Marco Dornelles, o assunto precisa de debate e programas de estímulo para a permanência do jovem no meio rural. “É preciso estimular a permanência com profissionalização do trabalho do campo, especialmente focado na geração de renda. Onde há renda, temos interesse e continuidade. Esse é um dos focos das ações desenvolvidas também pela Afubra e por entidades ligadas à cadeia produtiva, como o programa Aprendiz Legal,” argumenta.
O interesse do jovem em permanecer nas propriedades familiares passa também pela educação. “Esse é um dos objetivos do programa Verde é Vida, que a partir da escola já estimula a importância sobre o trabalho do campo e a produção nas pequenas propriedades,” afirma.
PROTAGONISMO
Para Dornelles o protagonismo dos agricultores também irá mudar a gestão das propriedades. “Hoje o produtor é protagonista do seu negócio e isso é fundamental para despertar interesse na produção agrícola. Isso passa também pela qualificação dos meios produtivos e melhorias nas lavouras, a partir de novas tecnologias ou técnicas de manejo,” comenta Dornelles.
DIVERSIFICAÇÃO
A diversificação das propriedades familiares também é apontada pela Afubra como uma forma de manter o jovem no campo. Desta forma, a Expoagro Afubra busca apresentar novas culturas, estruturas e melhorias que podem ser implementadas. “A diversificação também passa pela sucessão rural. São alternativas de renda nas propriedades e melhorias produtivas. É mais fácil esse encaminhamento feito pelos mais jovens,” conclui.
