Um dos serviços mais utilizados pelos trabalhadores nos sindicatos, e que contribui para desafogar a rede pública de saúde, está ameaçado pela Reforma Trabalhista. Com o fim da contribuição sindical, as entidades vêem a possibilidade de as consultas médicas serem extintas.
Somente no ano passado, foram 19.092 consultas nos Sindicatos da Alimentação e do Fumo, do Calçado, dos Metalúrgicos, dos Servidores Públicos e dos Trabalhadores Rurais. A média de 1.591 atendimentos por mês refere-se a consultas feitas nos próprios sindicatos e em consultórios de profissionais conveniados.
O sistema público de saúde do município atendeu no ano passado a 152.238 pessoas em consultas médicas nas unidades básicas de saúde e na UPA, serviços sem urgência e emergência que assemelham-se aos prestados pelos sindicatos. A média por mês é de 12.686 atendimentos médicos, sem considerar a odontologia, serviço que também é oferecido pelos sindicatos, além de assessoria administrativa e jurídica. Frente às dificuldades enfrentadas pelos municípios que buscam alternativas para manter a máquina, toda a ajuda é bem-vinda.
AUXÍLIO
Para o prefeito Giovane Wickert, o trabalho prestado pelos sindicatos é de grande valor ao sistema público de saúde. “Com certeza ajuda a desafogar as filas principalmente nos postos pois não recebem atendimentos de urgência e emergência. Por possuírem estruturas próprias localizadas em diferentes regiões ainda auxiliam na melhor distribuição da concentração de atendimentos”, afirma.
Wickert ainda lembra do papel sindical no trabalho em diversas frentes como em programas habitacionais e na defesa dos direitos dos trabalhadores. A reforma trabalhista na visão do prefeito é importante, no entanto, precisa ser avaliada com cautela para não despotencializar os movimentos. Ele acredita que a melhor saída seria o fracionamento por temas e o debate com a população.
SATISFAÇÃO
O presidente do Sindicato do Fumo Alimentação e Afins (STI), Rogério Siqueira, considera gratificante saber que a entidade pode fazer um pouco pela saúde do trabalhador, mesmo que esta responsabilidade seja da União. Além disso, alerta para a possibilidade de extinção dos serviços caso a reforma trabalhista seja aprovada. “A reforma vem para acabar inclusive com isso. Oferecer estes serviços só é possível devido a contribuição sindical e dos associados. Não havendo essa contribuição a existência do serviço será comprometida”, avalia Siqueira. A entidade realizou 6.679 atendimentos médicos em 2016.
Atendimentos Médicos Sindicatos
Metalúrgicos – 474 atendimentos/mês (1.700 associados)
Servidores – 30 atendimentos/mês – (650 associados)
Calçadistas – 30 atendimentos/mês – (900 associados)
Trabalhadores Rurais – 500 atendimentos/mês – (4 mil associados)
Fumo e Alimentação – 557 atendimentos/mês – (5,5 mil associados)
Total = 1.591 atendimentos/mês
Ao longo de 2016: 19.092 atendimentos