Após a renda gerada aos produtores de tabaco, que neste ano ultrapassam os R$ 260 milhões só em Venâncio Aires, a produção garante geração de empregos no processamento do produto, feito pela indústria tabacaleira. Na Capital do Chimarrão este setor deve fechar o ano com mais de 4,5 mil contratações temporárias. No semestre, as empresas de processamento do município realizaram 4.767 admissões, e 1.999 desligamentos. Ao longo do período foram gerados 2.768 empregos. Este volume representa 83% do total de postos de trabalho criados no território venâncio-airense. Os números garantem mais de R$ 40 milhões em renda aos trabalhadores, que retornam para o comércio e empresas de serviços, a partir da safra em processamento no parque industrial do município.
A estimativa de renda movimentada ao longo de cinco meses de safra na indústria é feita pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústria do Fumo, Alimentação e Afins. Os valores são gerados a partir dos salários do período, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), Programa de Participação de Resultados (PPR) e demais benefícios. A renda média mensal, segundo o administrador do sindicato, Ricardo Sehn, chega a R$ 2 mil. “Entram no cálculo além do salário e benefícios, os valores proporcionais a férias e demais valores pagos. É um volume considerável que as contratações de safristas injetam na economia local em uma safra,” destaca.
O valor projetado para 2022 é 8,1% maior, quando comparado ao ano anterior. Ao longo de 2021 o período de safra garantiu a movimentação de R$ 37 milhões na economia do município.
ESTADO
No Rio Grande do Sul a injeção de recursos por meio das contratações de trabalhadores temporários deve movimentar mais de R$ 100 milhões. A projeção é da Federação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo e Afins (Fentifumo). No primeiro semestre as indústrias do tabaco, mais concentradas em Santa Cruz do Sul e Venâncio Aires, realizaram 13.745 contratações e 5.132 desligamentos. No período o saldo de empregos criados é de 8.613 no setor em todo o estado.
Para o presidente da Fentifumo, o volume de safristas contratados pela indústria este ano é menor, porém, tem garantido renda aos trabalhadoress. “Esta é uma safra diferente para a indústria, com pelo menos mil contratações a menos. Apesar disso, o setor consegue girar pelo menos R$ 100 milhões em renda durante o período de safra,” explica o dirigente da entidade, Gualter Baptista.
FORÇA DA MULHER
O presidente da Fentifumo lembra ainda que o maior volume de contratações envolve mulheres. “Tradicionalmente o setor possui um maior número de mulheres nas contratações. Isso ocorre por conta do trabalho manual durante a seleção de folhas, onde a mulher tem uma papel crucial pela capacidade de observar os detalhes do produto.”
Conforme dados do Caged, entre janeiro e junho, 66% das contratações envolveram mulheres.
TENDÊNCIA
Em 2020 e 2021 o volume de admissões nas indústrias do tabaco era superior aos 15 mil. Entretanto, em 2022, este número está em 13,7 mil. Segundo Baptista, o ano atual não deve alcançar os parâmetros dos últimos. “Tivemos uma safra diferente, que não pode ser levada em consideração. Houve um adiantamento da produção, tanto no campo, quanto na indústria. Para a safra do próximo ano a projeção é de voltar aos números tradicionais de contratações de temporários,” finaliza.