A safra de tabaco é o ciclo da riqueza de Venâncio Aires. É esta cultura que sustenta a principal economia do município sendo destaque no campo, na cidade e além fronteiras mantendo-se líder no setor primário, na geração de empregos e nas exportações.
Apesar do volume de prejuízos no campo, por conta da estiagem, a riqueza da safra 2019/2020 faz a economia do município girar, e o produto do agricultor venâncio-airense ganha os mercados globais.
O tabaco em Venâncio Aires registrou neste ciclo perda de 17% na produção, segundo levantamento do escritório da Emater/Ascar. Porém, a safra deve encerrar com 17,8 milhões de quilos produzidos. O volume foi cultivado em 9.150 hectares (ha), e a média de produção é de 1.950 kg/ha.
Os prejuízos também afetaram as demais culturas da produção agrícola do município somando R$ 52.223.468,75. A produção de milho registrou perdas superior aos 30%. No milho grãos, a área cultivada no município na última safra foi de 11.800 ha, com perda de 14%. A média foi de 5.805 kg/ha. Já o milho silagem registrou perdas de 17,7%, com 3 mil hectares de área cultivada, e média de 3 mil quilos por hectare colhidos. A produção de soja em Venâncio Aires fechou a safra passada com redução de 11,5%, por conta da estiagem. No total foram 3.900 hectares produzidos, que rederam em média, 3.230 kg/ha.
Apesar das principais culturas do setor primário registrarem perdas, duas culturas mantiveram as produções. A erva-mate fechou o período com 1.350 hectares de área produzida e produção média de 6,75 toneladas/ha. Já o aipim, manteve os 2 mil hectares de produção, sendo 1,2 mil com fins comerciais e o restante para a alimentação de animais. Dentro da faixa comercializada, a média colhida foi de 20 toneladas/ha.
Para o chefe do escritório local da Emater, Vicente Fin, a última safra foi marcada por perdas importantes para os agricultores, em função das condições climáticas. “Apesar do volume de chuva entre dezembro e fevereiro, a estiagem se prolongou por três períodos longos desde o ano passado. Isso afetou as principais culturas e afetou o rendimento anual dos agricultores.”
As lavouras que contam com suporte da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) em Venâncio Aires, somam 8.022 hectares. Deste total, 98% já foram colhidos. Segundo a entidade, na safra 2019/2020, o Rio Grande do Sul registrou área plantada de 126.875 hectares. De acordo com a Afubra, a estimativa de quebra nas lavouras de tabaco do Vale do Rio Pardo é de 30%. Em todo o estado a quebra da safra é de 16%. Com isso, já foram pagos em seguros das lavouras, cerca de R$ 45 milhões, referentes aos auxílios de danos em lavouras.
EXPORTAÇÕES
A produção de tabaco também colocou em destaque as exportações de Venâncio Aires, em 2019. O aumento se deve ao tabaco em estoque de 2018, que foi comercializado ao longo do ano passado. No período as empresas instaladas em território venâncio-airense comercializaram US$ 692,96 milhões. O valor elevou a cidade à 8ª colocação entre os municípios gaúchos que exportaram no ano, a frente de Caxias do Sul, importante polo industrial do Rio Grande do Sul. Os negócios internacionais de Venâncio representam 3,9% na participação das exportações do Estado e posicionam o município na 70ª colocação no ranking nacional.