Apesar da diminuição no número de casos do novo Coronavírus (Covid-19), o município deve estar alerta para a possibilidade de uma terceira onda da doença. Quem chama atenção é a infectologista Sandra Knudsen. “A terceira onda é um risco que corremos com certeza. Aqui em Venâncio tivemos uma diminuição dos diagnósticos e, consequentemente, uma diminuição das internações mas a gente está bem atento e não dá para baixar a guarda”, afirma.
A especialista lembra que, embora a situação esteja mais estável comparada ao caos de março, o sistema de saúde ainda tem recebido pacientes todos os dias para internação, o que demonstra não ser momento de recuar nas medidas de prevenção. Somado a isso, Sandra explica que municípios próximos ainda estão vivendo uma situação muito crítica em termos de superlotação de hospitais, internações e número de casos, o que reforça a necessidade de cuidados.
No enfrentamento a doença o papel principal permanece sendo a prevenção que consiste no uso de máscara, álcool gel, distanciamento social e vacina. A grande novidade é a vacina, que segundo a infectologista, é o que vai conseguir segurar uma terceira onda muito grave. “Se a gente conseguir correr na frente e imunizar uma parte grande da população, a onda não vai ser tão grande assim”, prevê.
Venâncio Aires que já chegou a ter 113 novos casos confirmados em um único dia em março, hoje está em cerca de 20 novas confirmações em média a cada 24h. Até a segunda-feira, 17, o total de casos confirmados estava em 8.712, sendo 8.539 recuperados e 43 em recuperação. Os óbitos somam 112 pessoas, internações 18 (10 UTI e 8 setor Covid) e aguardando resultado 86 pacientes.
ATENÇÃO
Os pesquisadores do Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) alertam que, diante do patamar epidêmico atual, uma nova explosão de casos será crítica. Já foram notificadas mais de 420 mil mortes. “É fundamental o reforço das ações de vigilância em saúde para fazer a triagem de casos graves, o encaminhamento para serviços de saúde mais complexos, bem como a identificação e aconselhamento de contatos. Nesse sentido, a reorganização e ampliação da estratégia de testagem é essencial para evitar novos casos, bem como reduzir a pressão sobre os serviços hospitalares”, ressaltam.
A entidade aponta para ligeira redução nas taxas de mortalidade nas últimas duas semanas. O número de óbitos, no entanto, é o maior desde a introdução do vírus no Brasil. Também foi observada, em grande parte do país, redução da taxa de ocupação de leitos UTI.
FOTO: Divulgação/Radiohertz.pt