Com agroindústrias buscando matéria-prima para conservas em outros estados, a possibilidade de diversificação ganha espaço nas pequenas propriedades rurais da região. A maior demanda atualmente é pelo cultivo de pepinos. Só em Venâncio Aires há demanda para dobrar a produção atual, que alcança quase 100 toneladas por ano. A queda no cultivo deste vegetal ocorreu ao longo dos anos por conta da baixa dos preços e dificuldades no cultivo.
Em Mato Leitão, cidade tradicional em agroindústrias para a produção de conservas, empresários do ramo buscam em municípios de Santa Catarina, São Paulo e até Minas Gerais, matéria-prima para atender a demanda por conservas de pepinos.
Na Capital do Chimarrão a área de cultivo com pepinos, que possui maior demanda, alcança 2,17 hectares. Sem necessitar de grandes áreas produtivas, o cultivo de hortaliças para atender as agroindústrias pode ser aliada na diversificação de propriedades com tabaco. “A produção é feita de forma mais eficiente em estufas e pequenas áreas. É uma alternativa de renda, que agora ganha destaque novamente pela valorização destes produtos,” explica o engenheiro agrônomo e chefe do escritório de Venâncio Aires da Emater/Ascar, Vicente Fin.
O município conta atualmente com 24 produtores comercializando pepinos, seja para conservas ou saladas. No território venâncio-airense são quatro agroindústrias voltadas à produção de conservas. “Já tivemos seis vezes mais produção de pepinos em Venâncio Aires. Houve uma diminuição significativa nos últimos 20 anos. Temos um espaço enorme para ampliar essa cultura na cidade. É preciso garantir liquidez aos produtores, que buscam este cultivo para complementação da renda. Também no solo local foram registrados problemas de contaminação, que dificultaram a produtividade.”
Demais produtos utilizados para conservas, como beterrabas, cenouras, cebola, pimenta e couve-flor são buscados diretamente na agricultura familiar de Venâncio Aires e arredores. Conforme a Emater, atualmente a maior demanda é por pepinos voltados a produção de conservas.
FOTO: Divulgação/Emater