Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, por meio do Centro de Estudos e Pesquisas em Administração (CEPA/UFRGS), aponta que produtor não quer e nem deve parar de plantar tabaco. Entre os motivos está a renda anual de R$ 130.129,20 somente com a cultura, sem contar outras receitas, representando uma média de R$ 10.844,10 por mês.
Na visão do professor coordenador da pesquisa, Dr. Luiz Antonio Slongo, os dados mostram que a atividade agrícola deve ser mantida. “Não tem nenhuma razão para parar de plantar. São pequenos produtores, muito pequenos, eu diria, porque eles têm pouco mais do que um sítio, muitas vezes, e ele consegue transformar esse pequeno espaço, essa pequena propriedade, numa situação tão rentável”, avalia.
O estudo ainda mostra que 83% dos produtores quer continuar a plantar tabaco. A probabilidade de continuidade é um pouco mais alta dentre os produtores do Rio Grande do Sul, com 86,5%. Santa Catarina é onde a probabilidade de continuar plantando tabaco é mais baixo, com 77%. Já no Paraná a probabilidade é de 85,5%.
A rentabilidade do produto lidera as motivações apontadas pelos dos produtores, com 87,% . Logo a seguir destacam-se também a garantia de venda do produto, com 83,1% e a orientação técnica recebida, com 82,3%.
Ainda com pontuação alta, próxima de 80%, aparecem mais três motivações apresentadas pelos produtores para continuar plantando tabaco, são elas, pela ordem: tradição familiar; por ter terra disponível; por ainda ter idade para continuar plantando. “Se alguém quiser que esse produtor pare de produzir tabaco, vai ter que fazer muita força, porque de sua consciência ou por vontade própria, ele certamente não fará isso”, afirma Slongo.
A segunda edição da pesquisa Perfil socioeconômico do produtor de tabaco da Região Sul do Brasil, assim como a primeira edição, realizada em 2016, foi encomendada pelo SindiTabaco, conduzida no período entre 30 de junho a 20 de julho de 2023, em 37 municípios produtores de tabaco que compõem a Região Sul do Brasil. A população considerada foi composta por produtores de tabaco da Região Sul e, para efeitos de amostra, considerou-se um total de 1.145 casos, com erro amostral máximo de 2,9%.
FOTO: Divulgação/AI SindiTabaco