Aos 88 anos, Otelio Drebes não esconde a criança que aos seis anos de idade decide empreender vendendo as rapaduras feitas pela própria mãe. Ela está ali, alegre, sonhadora e encantada pelo mundo e suas oportunidades, pelas pessoas. Prestes a completar 89 anos, mantém-se viva nesta trajetória de sucesso do fundador da Lojas Lebes, marcada pela simplicidade, alegria, amor e fé.
O trabalho do vendedor de rapaduras que aos 13 anos passa a ser negociante, é o fundamento da rede hoje com cerca de três mil funcionários em 300 lojas espalhadas pelo estado, que começou com oito sócios e dois funcionários em 1956.
Mas Drebes quer ir além e vai, inspirando pessoas com sua trajetória compartilhada em palestra show. Nesta terça-feira, 04, alcançou a de número 222 no município de Mato Leitão, em mais um evento com lotação máxima. Em entrevista ao Olá Jornal, o empresário conta um pouco da sua caminhada.
Olá – Como começou a sua trajetória?
Otélio – As pessoas às vezes complicam muito e eu na minha vida tentava fazer as coisas fáceis. Comecei com seis anos, tenho 82 anos de trabalho. Todo o trabalho que você faz com amor ele vira satisfação. Com seis anos eu comecei vendendo rapadura em Bom Retiro e naquela época eu adorava ganhar dinheiro. Eu pagava um tanto para minha mãe e vendia por um pouco mais. Sempre gastei menos do que ganhava. Eu tinha uma caixinha amarela e botava o dinheiro dentro. Aos 13 anos comecei já a negociar, carregava mercadoria de Bom Retiro até São Jerônimo de Charqueadas e ali eu comecei. Com 60 anos de empresa entreguei para o meu filho. O que o Otélio vai fazer? Fui viajar um pouco, mas eu não podia ficar sem trabalhar. Inventei três profissões novas: palestrante, músico e cantor. Não é uma palestra, é um show de Otélio Drebes.
O senhor tem inspirado muitas gerações, como se sente?
Na minha vida tudo que eu fazia tinha que ser o melhor. Eu não deixo por menos, porque todo aquele que pensa pequeno ele será pequeno. Eu sempre vi as coisas pelo lado positivo. Eu estou vivendo um grande momento da minha vida. A gente não pode parar, a gente tem que se desafiar e quanto mais difícil for, mais eu vibro com isso. Meu grande público são os universitários, por incrível que pareça. Eu não imaginava que eles iam adorar a palestra de um homem de 88 anos. Eles têm curiosidade de saber como é que a gente lá sem nada, um agricultor, sem ter estudo nenhum chega nesse ponto. Eu mostro para eles como podem ganhar dinheiro e que a gente tem que fazer as coisas com amor. Eu falo de amor, eu falo de alegria, sobre fé, canto, toco. Os empresários às vezes complicam tanto as coisas e é fácil.
O que diria para quem quer empreender?
Primeiramente a pessoa precisa acreditar nela. Às vezes tem medo. Você não sabe a capacidade do ser humano quando ele quer algo. Você quer ir além, vovocê pode, você consegue. Que eles não desistam, persistam que eles chegam lá. Hoje eu corro, mas quando fui para rua foram 10, 15 passos. Persistindo, persistindo, isso serve para a vida, para o comércio para tudo o que a gente for pensar na nossa existência. Eu não sabia onde eu ia chegar, eu só dei um passo de cada vez sempre para frente. Nunca para o lado ou para trás. Eu acredito nas pessoas. Eu fazia as pessoas acreditar nelas, dava chance para as pessoas crescer. Que mais empresários façam o que eu faço. Vai ser tão bom e ajudar os outros e a eles para que não morram tão cedo e vivam momentos felizes como estou vivendo agora.