Novos secretários terão que descascar o abacaxi da falta de dinheiro

Fernando Uhlmann
janeiro07/ 2017

A maioria dos 11 secretários empossados pelo novo prefeito Giovane Wickert terão na falta de recursos o principal problema a ser enfrentado no início da nova gestão. O fantasma atinge municípios em todo o país devido à recessão, que provocou uma grande queda na arrecadação de impostos, além da falta de envio de recursos previstos por parte do governo federal, de acordo com o presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski.

O levantamento da entidade mostra que 47,3% dos gestores que responderam ao estudo acabaram deixando restos a pagar para quem assume agora. Além disso, 676 prefeituras, quase 15%, não conseguiram pagar o salário dos funcionários no mês de dezembro. E 51% dos prefeitos destacaram que estão devendo fornecedores, com atrasos que chegam a oito meses.

“Os resultados do primeiro semestre de 2016 apontam que 48% das Prefeituras no Brasil estão no vermelho, ou seja, estão gastando mais do que arrecadam. Na nossa intuição e avaliação, isso deve ter aumentado mais no segundo semestre”, alertou Ziulkoski.

ABACAXI

Durante a posse, o Olá Jornal questionou os novos secretários sobre qual seria o principal abacaxi na sua secretaria já nos primeiros dias de governo. Confira as respostas:

Fazenda – Jeanine Benkestein

Equilibrar as contas com um déficit de R$ 13 milhões, caso contrário a gestão é insustentável.

Procuradoria Jurídica – Marion Kist

Reestruturação do setor na melhoria da tramitação dos procedimentos administrativos bem como maior agilidade aos serviços, análise de processos por contribuição de melhoria e implantação de um protocolo eletrônico.

Meio Ambiente – Clóvis Schwertner

Integração da secretaria com a comunidade, quebrar tabu que o setor é punitivo e não parceiro, mostrar como as pessoas podem contribuir.

Saúde – Ramon Schwengber

Manter os serviços com menos recursos, diminuir custos a partir da análise de todos os contratos.

Educação – Joice Battisti

Proporcionar mais vagas na educação infantil que é compromisso dos municípios. Para isso estuda-se a aquisição de vagas em escolas particulares.

Obras – Renato Gollmann

Conserto do maquinário sendo que 95% possui algum reparo a ser feito.

Agricultura – André Kaufmann

Organizar as duas patrulhas agrícolas e trabalho de acesso as propriedades.

Cultura – Saul Zart

Dificuldade financeira para desenvolver ações e trabalhar para que a sociedade entenda que a possibilidade de recursos passa pelos editais, para que compreenda a nova lei de rapasses.

Planejamento – Jalila Böhm

Repasses atrasados de verbas federais que impedem de dar continuidade a projetos e obras, como por exemplo a remodelação da praça evangélica.

Desenvolvimento Econômico – Nelsoir Battisti

Enfrentar o problema da falta de vagas de emprego, que é também nacional, atrair novas empresas uma vez que o município sequer possui terrenos disponíveis para instalação.

Desenvolvimento Social – Arnildo Camara

Dar continuidade aos trabalhos frente as dificuldades financeiras e resolver pendências dos apartamentos da habitação popular.

Administração – Loreti Scheibler

Recursos insuficientes para pagamento de despesas e elaboração do decreto de contenção de despesas.

 

 

 

Fernando Uhlmann