O custo do serviço público de saúde seguidamente está em debate. Existe um que pode ser monitorado pela população. O desperdício de dinheiro com consultas médicas não realizadas. Os profissionais da saúde chamam de absenteísmo – a ausência não justificada aos compromissos – que pode causar um impacto financeiro de pelo menos R$ 1,3 milhão nas contas municipais por ano, levando em consideração o preço médio de R$ 250 de uma consulta particular.
Isso porque das 158.818 consultas médicas agendadas na rede básica de atendimento em Venâncio Aires, 7.132 não foram realizadas, ou seja, 4,49%. O motivo: não comparecimento do paciente no dia e horário marcado.
Com a informatização dos processos esse volume de consultas fica mais evidente e coloca em debate a responsabilidade da população também para garantir a saúde financeira do sistema público de atendimentos. O levantamento foi realizado a pedido do Olá Jornal à Secretaria Municipal de Saúde.
Os dados levam em consideração consultas programadas nos postos de saúde e unidades do interior. Ficaram de fora do levantamento o Hospital São Sebastião Mártir e a Unidade de Pronto Atendimento (UPA). O período de avaliação é de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2017.
De acordo com o coordenador das unidades de saúde do município, Lucas Rios, as faltas em consultas não são recuperáveis, financeiramente, entretanto, o paciente pode buscar a remarcação. “Esse reagendamento é feito, mas precisamos conscientizar a população da necessidade de buscar essa remarcação com antecedência, permitindo a realização de consulta com outro paciente, por exemplo,” argumenta.
TECNOLOGIA
A maior procura por agendamentos de consultas no Sistema Único de Saúde (SUS) é nas especialidades médicas (cardiologia, oftalmologia, ginecologia). Entretanto, a expectativa é de redução nos índices de faltantes, com a ajuda da tecnologia. A proposta é de ampliar o sistema de agendamento digital já realizados em alguns atendimentos e exames. O próprio sistema envia alertas ao pacientes por SMS ou redes sociais, sobre a data e horário da consulta. Para os técnicos da saúde pública, o formato garante o não esquecimento e podem ampliar os prazos, caso haja necessidade de reagendamento.
PREJUÍZO
Para secretário de saúde, Ramon Schwengber, é importante que o cidadão esteja atento aos seus horários agendados e que comunique caso não possa comparecer. O aviso com antecedência evita que o profissional esteja a disposição sem serviço e possibilita que outra pessoa seja atendida. “É a população prejudicando a população. Por isso devem fazer um esforço para estarem presentes ou reagendarem”, afirma. O secretário adianta que, no futuro, a rede básica atenda somente com agendamento. De acordo com Schwengber, esta é uma tendência já que em casos urgentes deve-se procurar a UPA ou hospital.