“Jogos de regulamentação são como jogos de futebol no brasil”, avalia especialista

Olá Jornal
maio20/ 2023

Fla-Flu, Gre-Nal. A rivalidade brasileira está para a redução de danos como está para um bom jogo de futebol, ou seja, acirrada. Assim o especialista em redução de danos, Dr. Delon Human, comparou o debate do tema no Brasil. “Jogos de regulamentação são como jogos de futebol no Brasil”, declarou durante o primeiro Seminário Sul-Americano de Redução dos Danos do Tabaco, ocorrido no último dia 11, em São Paulo.

O evento inédito organizado pela Aliança Pan-Americana para a Redução de Danos (PAHRA), reuniu especialistas do Reino Unido, Estados Unidos, Suécia, Grécia e outros países da Europa e mais de 25 palestrantes. Em entrevista ao Olá Jornal, que acompanhou a programação de forma presencial, Human destacou a importância do debate ter sido realizado no Brasil. “Eu costumava trabalhar com a Associação Médica Brasileira, os médicos do Brasil, e eu estive trabalhando na redução de danos nos últimos 15 anos. Eu sabia que no Brasil não havia um sucesso de redução de danos de boa qualidade”, avalia.

LIVRE DE FUMO
No Brasil, apenas os produtos tradicionais de tabaco são legalizados, como cigarros, cachimbos, charutos e narguiles. Embora o número de fumantes tenha diminuído significativamente nas últimas décadas, a população brasileira ainda conta com uma taxa de 9,1% de tabagistas.

Para Human, o Brasil é um forte candidato a ser “livre de tabaco”, ou seja, a ficar abaixo de 5% de fumantes. “O Brasil reúne todas as características necessárias para um bom programa de redução de danos. A discussão sobre tabagismo é complexa em todo o mundo, mas com a experiência da Suécia, sabemos que os países que abraçam a causa e encaram o problema de frente conseguem resultados muito positivos”.

A Suécia prepara-se para ser o primeiro país da União Europeia a chegar ao índice de 5% de fumantes em 2023. A conquista é resultado da combinação de recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), proibição de fumar em determinados locais e da regulamentação de produtos alternativos ao cigarro como tabaco aquecido, cigarro eletrônico e snus (tabaco oral).

Em ano de decisão na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o objetivo foi ajudar o órgão regulador que analisa a regulação de produtos de dano reduzido. Durante as mais de sete horas de debates, os palestrantes trouxeram cases que podem ser replicados em outros países. “Todos esperamos que o Brasil possa se tornar campeão de redução de danos como são no mundo do futebol”, projeta Human.

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