O campus do Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul) de Venâncio Aires, a exemplo de outras unidades, vai passar por um ano difícil em 2017, para gestão de orçamento. Os cortes financeiros do Governo Federal, a queda de arrecadação real e outros fatores delimitadores exigirão uma ginástica para manter a qualidade deste modelo de ensino público gratuito.
Nesta semana o Olá Jornal conversou com a direção da instituição no município, para trazer à tona essa realidade que preocupa. “Estamos pela primeira vez em 5 anos de instituto federal mandando uma matriz, pois somos obrigados a mandar, mas que não é o sufi ciente para manutenção”, afirma o diretor-geral Cristian Oliveira da Conceição.
A matriz coloca no papel uma previsão de orçamento, mas que não significa o valor assegurado. Para 2017, por exemplo, se projeta R$ 1,5 milhão. Essa quantia representa o mesmo recebido em 2012. “E olha tudo que já se teve de inflação. Isso com muita coisa já cortada, sendo só R$ 50 mil para investir em material, o que é no máximo 15 computadores”, relata o diretor.
INVESTIMENTOS EM QUEDA
Na questão de novos investimentos está uma das maiores preocupações também, o que pode deixar a estrutura sucateada. Conforme o chefe do Departamento de Administração e Planejamento, André Ruschel de Assumpção, se em 2013 (primeiro ano de gestão) o campus local conseguir aplicar R$ 800 mil para compra de ônibus e equipamentos, por exemplo, em 2016 isso não chega aos R$ 60 mil.
O cálculo é de que por ano, são em média R$ 400 mil que tem reduzido o orçamento, sem incluir os contingenciamentos, que são cortes que podem vir a ocorrer no decorrer de cada ano. A queda acaba por por deixar ainda mais distante as metas e objetivos previstos no Plano de Desenvolvimento dos Institututos para 5 anos, que é chegar em 2019 com 20% aplicados em investimentos.
“Nós aplicamos 40% em 2013, 20% em 2014, cerca de 8% em 2015 e 5% agora em 2016, se chegar a isso”, relata o diretor-geral Cristian Conceição.
Em um análise mais ampla, de todo o Brasil também se vê esse recuo, onde o em 2013 o Ministério da Educação repassou R$ 7 bilhões aos institutos, através do Conselho Nacional das
Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif).
Neste ano, o mesmo conselho enviou um custo de toda rede estimado em R$ 3,37 bilhões só para manter os serviços, e se cortou para R$ 2,2 bilhões. “Isso para nós é chocante”, afirma o diretor-geral de Venâncio.
A realidade atual, faz com que os IFs promovam cortes altos em recursos aplicados, o que causa impactos também sociais. A locação de mão de obra é um dos maiores exemplos, onde estão inseridos os serviços terceirizados.
“Hoje os R$ 1,150 milhão não mantém nossos contratos todos. Só em vigilância e limpeza dá R$ 848 mil, fora manutenção predial”, relata André Assumpção. No campus, são 23 pessoas atuando em sistema terceirizado, sendo que a direção tem optado em assegurar o emprego desses profissionais, fazendo somente alterações nos términos de contrato.
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Foto: Maicon Nieland/ Olá Jornal