As dificuldades enfrentadas pelos produtores rurais de Venâncio Aires, com a demora para o restabelecimento de energia elétrica, voltam a ganhar força na Câmara Municipal. Os problemas ocorrem após intempéries climáticas, e há registro de produtores que já esperaram mais de 50 horas pelo restabelecimento do fornecimento. As críticas são apontadas para a concessionária responsável, a RGE. Como forma de debater as demandas e situações, o Legislativo Municipal deve realizar audiência pública. Anualmente, os problemas de energia no meio rural voltam aos debates da Casa.
O assunto ganhou destaque na sessão desta segunda-feira, 14, e contou com a presença de moradores de localidades que enfrentaram problemas no abastecimento de luz, no último temporal registrado no território venâncio-airense, em janeiro.
Ocuparam a tribuna do Parlamento Municipal o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Venâncio Aires (STR), Cláudio Fengler, e o morador de Vila Palanque, João Lenz. O dirigente sindical sugeriu a criação de uma comissão para acompanhar a situação. “Nossa proposta é envolver vereadores, sindicato, prefeito e Ministério Público. Juntos precisamos cobrar medidas da RGE. São diversas regiões com problemas. O agricultor está sofrendo, além da estiagem, com problemas de energia, isso é inadmissível.”
Entre as sugestões apontadas pelos vereadores, André Kauffman (PTB) destacou a importância de encaminhar à Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (Agergs). “É o órgão responsável por fiscalizar a prestação do serviço. A Agergs precisa participar desse debate,” afirma.
Elígio Weschenfelder (PSB), Muchila, sugeriu também a elaboração de uma ação judicial coletiva. “Essa empresa precisa sentir no bolso o prejuízo causado aos produtores. Uma ação coletiva pode ser uma caminho, reunindo os agricultores com registros,” afirmou.
O presidente da Câmara de Vereadores, Benildo Soares (Republicanos) confirmou a realização de audiência pública sobre o assunto. A ideia é convidar além de representantes da RGE, também membros do Ministério Público, Agergs e demais órgãos de fiscalização.