As exportações brasileiras de produtos de tabaco apresentaram mudanças significativas no primeiro trimestre de 2025, com destaque para o crescimento dos negócios com a China e a retração nas vendas para os Estados Unidos. Os dados, referentes ao período de janeiro a março, apontam tendências importantes no comércio internacional do setor, com impactos diretos para o Rio Grande do Sul, estado responsável pela maior parte da produção de tabaco processado do país.
No topo do ranking, a China manteve a liderança como principal destino do tabaco brasileiro, com aumento expressivo no valor exportado. De acordo com os números, o país asiático importou 32,8 mil toneladas do produto, gerando uma receita de US$ 319,5 milhões, uma elevação de quase 8% no valor, mesmo com queda de 12,7% no volume exportado em comparação ao mesmo período de 2024. Isso reflete um aumento considerável no preço médio por quilo, que passou de US$ 7,87 para US$ 9,73.
Em contrapartida, os Estados Unidos registraram uma redução significativa tanto no volume quanto no valor das importações. Entre janeiro e março de 2025, o país comprou 6,9 mil toneladas de tabaco brasileiro, contra 9,8 mil toneladas no mesmo período do ano anterior, uma queda de mais de 30%. Ainda assim, o valor total exportado subiu levemente, de US$ 44,2 milhões para US$ 45,5 milhões, indicando também um aumento no preço médio do produto (de US$ 4,49 para US$ 6,58 por quilo).
Como principal item da pauta de exportação do Rio Grande do Sul para o mercado americano, a elevação de tarifas pode comprometer a competitividade do produto nacional e gerar impactos econômicos na cadeia produtiva do estado, que já enfrenta desafios logísticos e regulatórios.
Outros países também apresentaram movimentações relevantes. A Indonésia subiu no ranking, quase dobrando o volume importado, enquanto Bélgica, Emirados Árabes Unidos e Turquia mantiveram posições de destaque, ainda que com variações nos valores comercializados. Por outro lado, mercados como Alemanha e Coreia do Sul, presentes no ranking de 2024, não aparecem entre os dez principais destinos no começo de 2025.
A expectativa do setor é de que o desempenho ao longo do ano dependerá do desdobramento das políticas comerciais globais e da capacidade do Brasil em diversificar seus mercados e agregar valor ao produto. O tabaco segue como um dos principais produtos da balança comercial do agronegócio gaúcho, tendo o Vale do Rio Pardo como principal polo exportador de produtos .