“A expectativa é que os fumantes tenham acesso a produtos melhores que o cigarro”. A afirmação é do vice-presidente de comunicações da Philip Morris Internacional (PMI), Tommaso Di Giovanni, sobre os 20 milhões de fumantes do Brasil. Durante evento da multinacional na Suíça, ele concedeu entrevista ao Olá Jornal sobre a importância do mercado brasileiro e os desafios regulatórios.
Tommaso chama atenção para o debate público do tema no país sob o aspecto da saúde. “A proibição acaba criando um mercado paralelo, as pessoas acham um jeito de ter acesso ao produto mas é um produto que eles não conhecem. Não conhecem a qualidade, é contrabandeado. Então o governo perde recursos financeiros porque não tem arrecadação de imposto e não faz muito sentido para saúde pública porque o cigarro, um produto bem nocivo fica no mercado, as pessoas têm acesso ao cigarro mas eles não têm acesso a um produto melhor. Isso é meio condenar o consumidor a ter o pior dos dois produtos, não faz muito sentido lógico”, avalia.
O vice-presidente de comunicações internacionais da PMI, destaca a importância do mercado brasileiro no mundo. “É um mercado importante para todo mundo. O Brasil é um país enorme com 20 milhões de fumantes, mas o mais importante ainda é do ponto de vista dessas pessoas que fumam, que a gente pode continuar vendendo cigarro, para nós do ponto de vista negocial não muda muito. Nosso negócio vai continuar bom, a gente é ótimo em vender cigarro, mas não é esse o ponto. O ponto é que a gente pode vender produtos melhores, menos nocivos para continuar vendendo cigarro”.
A decisão final da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre os dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs) deve sair até o fim do ano.
EM DEBATE
A importância de alavancar o potencial de saúde pública dos produtos sem fumaça por meio de regulamentação estava em foco na Technovation. O evento global realizado pela PMI em Neuschâtel, na Suíça, ocorreu na última terça-feira, 09, no Cubo, o centro de pesquisa e desenvolvimento da multinacional. O Olá Jornal já esteve no local em 2018 conhecendo a tecnologia do tabaco aquecido, o IQOS.
O evento ofereceu a jornalistas de todo o mundo a oportunidade de interagir com líderes seniores, cientistas e especialistas em P&D do PMI. A conversa centrou-se nos papéis críticos que a inovação, a tecnologia e a ciência podem desempenhar para possibilitar um futuro melhor para todos. Foi destacada a oportunidade significativa que os produtos sem fumaça podem fornecer para a saúde pública quando são regulamentados de maneira diferente dos cigarros.
COBERTURA
A jornalista Janine Niedermeyer acompanhou o evento promovido pelo PMI na Suíça. A missão também oportunizou conhecer o mercado dos novos produtos de tabaco, já comercializados em algumas cidades da Europa. O evento reuniu cerca de 100 jornalistas do mundo.