As estimativas de faturamento da safra 2022/2023 apontam para números recordes, apesar da queda de famílias produtoras. O levantamento prévio é feito pela Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) e projeta receitas com a cultura nos três estados do Sul que totalizem R$ 10.954.936.870,00. O valor ainda é estimado, já que os dados finalizados de comercialização e colheita da atual safra devem ser divulgados até o fim de agosto.
Se confirmado o valor, após conclusão da análise de dados, será a primeira vez na história de acompanhamento da Afubra, que a cultura do tabaco irá bater a casa dos R$ 10 bilhões em receitas geradas no campo, a partir do cultivo, nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
O resultado também será puxado pelo preço pago no atual ciclo produtiva.
Até então, a safra 2021/2022, foi a com maior faturamento, quando o valor médio pago por quilo do produto alcançou R$17,02, movimentando mais de R$ 9,5 bilhões. Na safra passada estiveram envolvidas na produção 128.448 famílias, que cultivaram 560.181 toneladas, em 246,5 mil hectares plantados. A projeção da Afubra aponta para queda de 2,6%. A safra 2022/2023 deve encerrar com 124.993 famílias produtoras no Sul do país.
SÉRIE
Até a safra 2021/2022, a média de faturamento dos ciclos produtivos era entre R$ 5,5 bilhões e R$ 6,5 bilhões. O resultado histórico da última ocorreu mesmo após queda na produção, impactada especialmente pelas condições climáticas, resultando na falta de produto no setor industrial. A área de cultivo desde 2016 não ultrapassa os 300 mil hectares. Na safra 2014/2015, foi a última com mais de 308,2 mil hectares cultivados, e 153,7 mil famílias. Se levar em consideração o total movimentado nas 10 últimas safras, a cultura do tabaco injetou R$ 69,5 bilhões em faturamento.
MOVIMENTO
A valorização do tabaco também tem sido apontada nas exportações. Em julho, até o dia 24, registrava alta de 118% nos valores pagos pelo produto em folhas. No mercado global, o principal item de exportação da região movimentou só em julho 2,05 mil toneladas por dia. Com média diária de US$ 6,6 mil por tonelada exportada. No acumulado do ano, entre janeiro e junho, o valor médio pago por quilo do produto no mercado internacional registra alta de 48,9%, sendo comercializado por US$ 6,67 no quilo enviado aos países compradores.