Diversificação no campo ganha novo impulso na Expoagro Afubra

Olá Jornal
março06/ 2024

A diversificação de culturas agrícolas ganha novo impulso na 22ª Expoagro Afubra. A feira voltada à agricultura familiar foi pensada justamente para debater novas fontes de renda nas propriedades onde o tabaco é principal cultivo. Ao longo das edições, aliado a programas impulsionados pelas empresas da cadeia produtiva, as entressafras ganharam novas fontes de renda. Com a retomada do programa de diversificação, confirmado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) em fevereiro durante a 10ª Conferência das Partes (COP10) da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, o tema ganha novo olhar para a feira de 2024, com atenção buscando garantir a vinda de recursos para estimular ações de diversificação e medidas que vão além do tabaco, para outras monoculturas no campo do Rio Grande do Sul.

Durante o lançamento da 22ª Expoagro, ocorrido na última sexta-feira, 1º de março, o presidente da Afubra, Marcílio Drescher, destacou a importância do assunto para os produtores. Afirmou ainda que a pauta ganha novo estímulo após anúncios do Governo Federal sobre programas de retomada, entretanto, e destaca que é preciso garantir renda aos agricultores.

“A feira é uma oportunidade, acreditamos que os governos, tanto estadual como federal, poderiam incrementar com alguns programas mais no sentido financeiro, colocar programas efetivos com juros menores, realmente, para incentivar, execução de alguns projetos nas propriedades que só se tornam viáveis se têm recursos, e esses recursos têm que ser de uma forma financiada para que o agricultor tenha condições de pagar e que está também o seu empreendimento no futuro,” ressalta.

RENDA
O coordenador da Expoagro Afubra, engenheiro agrônomo Marco Antônio Dornelles, afirma que a feira ao longo da sua história discutiu ações de diversificação, e atualmente as propriedades são consideradas diversificadas. Entretanto, as questões de mercado ainda são pontos de desafios para as novas culturas. “É importante que as outras culturas se destaquem para aquele produtor que, se ele optar por não produzir leite ou não produzir tabaco, que ele continue em uma atividade produtiva agropecuária. Depende do mercado, e também da iniciativa, da vontade do produtor, depende da organização dos municípios, o apoio para que eles possam entrar em outras atividades, crédito e assistência técnica também,” destaca.

EQUILÍBRIO
Para o secretário estadual de Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul, Ronaldo Santini (Podemos), a pauta da diversificação precisa ser constante e com análise de todos os cenários, buscando evitar mudanças bruscas. “Do ponto de vista econômico, toda mudança que qualquer grupo econômico ou empresarial realiza, precisa ser muito bem estudado, precisa ser muito bem avaliado e não há, salvo em raras exceções, história de sucesso quando isso acontece de forma abrupta ou por imposição”.

Conforme o representante estadual, o tema precisa ser constante, mas sem considerar a substituição de culturas. “Também acho que a gente precisa falar mais em diversificação, precisa trabalhar muito a diversificação e menos em substituição. Olhar, pesquisar, verificar o que, efetivamente, a gente tem de potencialidades que podem ser associadas à cultura e, enquanto essa atividade estiver legalizada, estiver sendo uma atividade oficial, formal, não há dúvida que nós estaremos estimulando, como Governo do Estado, como prefeituras municipais, como Governo Federal, para que isso permaneça acontecendo aqui nos estados do Sul do país,” reforça.

O MDA projeta para o mês de março apresentar ações de retomada do programa federal de diversificação. A iniciativa foi criada em 2014, porém, pouco avançou. O programa aplicou pouco mais de R$ 1,05 milhão em quatro anos. Além disso, chamadas públicas junto ao sistema de assistência técnica agrícola foram publicadas, voltadas para as áreas com cultivo de tabaco.

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