Apesar do crescimento nas receitas geradas com o tabaco, as propriedades fumicultoras seguem registrando aumento nas demais culturas agrícolas. Ao longo dos últimos anos, empresas e entidades representativas têm estimulado pequenos produtores de tabaco a diversificarem as lavouras e produções, buscando garantir novas opções de renda e negócios. Na atual safra, 2021/2022, as receitas geradas com o tabaco, segundo estimativas da Afubra, devem representar 53% do total de receitas nas mais de 128,4 mil propriedades que cultivam tabaco na região Sul. Depois de sucessivas reduções, a participação do tabaco voltou a crescer, com a valorização do produto.
A produção vegetal, que engloba grãos e hortaliças, deve encerrar o atual ciclo com R$ 3.298.876.959,10 em receitas geradas, crescimento de 13,8%. Já a produção animal nas propriedades de tabaco registrou queda de 4,3%, movimentando na safra 2021/2022 R$ 5.493.990.547,96.
O total de receitas geradas pelas propriedades produtoras de tabaco na região Sul devem encerrar com R$ 18,5 bilhões gerados. Os valores ainda devem sofrer alterações, já que são contabilizados a partir dos ciclos de comercialização das produções. Os números finais da safra de tabaco devem ser divulgados no mês de outubro pela entidade.
VENÂNCIO
Venâncio Aires tem registrado, desde 2010, aumento significativo de culturas alternativas no setor primário, fomentando novos negócios. O município é um dos principais produtores de tabaco do país, e vem ampliando a participação, em especial das produções de grãos e proteína animal, no Valor Bruto de Produção Agrícola (VBPA). Até junho deste ano as receitas com tabaco movimentaram R$ 263 milhões, representando 67% do total movimentado na agricultura. Porém, ainda serão contabilizadas até o fim do ano as vendas de soja, arroz, trigo e todos os segmentos de proteína, como frango, suínos e leite. Com isso, a expectativa é de reduzir a participação.
Em 2021, as receitas com tabaco na agricultura venâncio-airense representaram 42,96%. No ano anterior, em 2020, este percentual ficou em 49,47%. Em 2005, a produção de tabaco no setor primário movimentou R$ 106,9 milhões, representando 83,53%.
De lá para cá, as demais culturas tiveram crescimento, diminuindo a participação das lavouras de tabaco nas receitas geradas no campo.
ESTÍMULO
Estes números mostram também os estímulos a novas culturas e incentivos para cultivar também nas propriedades com tabaco outras culturas. Para o vice-presidente da Afubra, engenheiro agrônomo Marco Antônio Dornelles, os produtores compreenderam a importância de outros cultivos para agregar renda. “Foram criados programas específicos para incentivar, por exemplo, o cultivo de milho e feijão na entressafra. Mas também sempre foi uma política, inclusive está no estatuto da Afubra, o estímulo de produção de alimentos nas propriedades. Além de garantir apoio na alimentação, em tempos de crises no setor, garantiria alguma renda. Hoje muitos produtores estão com propriedades diversificadas, sendo milho, soja e produção animal as maiores participações,” argumenta.