Créditos de carbono podem se tornar nova fonte de renda nas lavouras da região

Olá Jornal
março13/ 2024

O produtor rural em todo o país pode garantir novas fontes de renda por meio de créditos de carbono. Para o agricultor ligado ao cultivo de tabaco esta realidade também está mais próxima e se alia às medidas de proteção ambiental. O que antes era voltado para grandes áreas de terras, agora, a busca por este tipo de recurso já é realidade para propriedades familiares, a partir de 10 hectares. O uso de ferramentas tecnológicas tem ajudado a diminuir os custos de certificações, que em um futuro próximo pode garantir novas fontes de recursos para os produtores de tabaco e demais culturas vegetais.

Representantes da cadeia produtiva desde o ano passado avaliam medidas de compensação por crédito para ações de reserva de carbono, ocorridas no cultivo das lavouras e áreas de matas preservadas. O tema ainda é inicial e segue sendo avaliado. Na prática, os produtores poderão gerar créditos financeiros com o ciclo produtivo, que ficam disponíveis em banco de compensação de impactos ambientais, aptos para compra por outros setores industriais. O assunto e a demanda voltada às propriedades familiares também foi tema de painel de debates na 24ª Expodireto Cotrijal, que encerrou na última sexta-feira, 08, em Não-Me-Toque.

Presidente da ABCarbon, Rita Ferrão, destaca possibilidades para pequenas propriedades

Segundo a presidente da Associação Brasileira de Crédito de Carbono e Metano (ABCarbon), Rita Ferrão, o mercado de crédito de carbono tem potencial de crescimento nas pequenas propriedades rurais. “Hoje já conseguimos realizar este tipo de inventário para análise de reserva de carbono em propriedades a partir de 10 hectares. O sistema da associação utiliza imagens de satélite e inteligência artificial, o que resultou no barateamento do sistema de documentos e maior agilidade para inclusão no banco de dados sobre este mercado,” explica.

Atualmente, no Brasil não existe mercado regulado sobre o tema, o que ocorre é o mercado voluntário. O Congresso Nacional está em processo de votação sobre o assunto, o que pode impulsionar o segmento. “Este é um mercado que poderá ampliar as fontes de renda dos agricultores, possibilitando o incentivo à proteção ambiental e o cultivo com menores impactos,” reforça.

PRODUTORES
Hoje, o custo para a realização do inventário das propriedades é de cerca de R$ 75 por hectare, e deve levar em torno de 30 dias. Após esse processo, a propriedade e os créditos que poderão ser gerados são incluídos em banco de dados. Em média, são R$ 3,5 mil anuais gerados em crédito por hectare de área com possibilidade de compensação.

“Hoje a gente já consegue atender o pequeno produtor, porque conseguimos e medir com a nossa tecnologia acima de 10 hectares, a gente já está certificando via Associação Brasileira de Crédito de Carbono. Na verdade, o próprio produtor pode entrar em contato conosco, ele traz a matrícula da propriedade e o cadastro ambiental rural, esses documentos estando em nome dele, ele já pode pedir o processo de certificação,” explica Rita.

MERCADO
O mercado de carbono foi desenvolvido como uma forma de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, incentivando as empresas a reduzirem suas emissões e a adotarem práticas mais sustentáveis. As empresas que conseguem reduzir suas emissões abaixo de um determinado limite podem vender créditos de carbono para aquelas que excedem esse limite, criando assim um incentivo financeiro para a redução das emissões.

Olá Jornal