A comercialização do tabaco na microrregião de Venâncio Aires, que engloba 65 municípios, chega a 46% do volume total previsto para a variedade Virgínia. Já para Burley o percentual de comercialização alcança 58%. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira, 04, pela Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra).
Na soma de Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, foram negociados 43%, ante 35% do ciclo 2020/21. O ritmo de comercialização está dentro da projeção, mas um pouco menor do que o da safra passada, quando em igual período 49% da variedade Virgínia estava vendido, e do Burley 25%.
A projeção da Afubra é de movimentar na safra 2021/22, 569.539 toneladas de tabaco nos três estados do Sul do Brasil. O número significa redução de 9,38% se comparado ao ciclo anterior, quando foram comercializadas 628.489 toneladas. No Rio Grande do Sul, a estimativa de produção aponta para 265.610 toneladas de tabaco (240.103 toneladas na variedade Virgínia; 24.774 no Burley; e 733 toneladas no Comum), cultivados numa área de 114.058 hectares, com produtividade de 2.329 kg/ha. A safra conta com 67.644 famílias produtoras. Comparando com a safra passada, os fumicultores gaúchos reduziram em 7,37% a sua área e a produção deve ficar 6,30% menor, mesmo com uma expectativa de produtividade em 1,16% mais alta.
A falta de produto no campo, impactado por conta da estiagem e menor área plantada deve afetar também o processamento do produto na indústria. A estimativa é de safra mais curta, impactando a geração de renda na contratação de trabalhadores temporários.
Na Capital do Chimarrão, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo, Alimentação e Afins de Venâncio Aires, projeta que o pico de contratações na safra deve ocorrer entre os meses de abril e maio. Diferente dos períodos passados, quando as contratações na indústria de processamento tinha seu ponto alto entre os meses de junho e julho.