A safra de tabaco no mundo deve voltar aos patamares de antes da pandemia de Covid-19. As estimativas são da Associação Internacional de Produtores de Tabaco (ITGA em inglês) e apontam para mais 1.812 milhão de quilos de Virgínia, e outros 460 milhões de quilos do Burley, principais em cultivo global. Os números representam 10,2% e 27,7% de aumento, respectivamente. Os volumes previstos retomam números de 2019, quando a produção alcançou 1.919 milhões de quilos com Virgínia e outros 541 milhões de quilos com Burley. Os dados da entidade não contêm as informações da safra na China.
Segundo o presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Benício Albano Werner, o crescimento na safra 2022/23 ocorre nos três principais países exportadores. “Essa estimativa aponta para aumento da produtividade no Brasil, Zimbábue e Estados Unidos, que são os três principais exportadores de tabaco. Na última safra também nestes três países ocorreram quebras, em função do clima, diminuindo a produção. Neste ano as estimativas apontam para safra cheia, o que resulta no crescimento da produtividade.”
DEMANDA
Para o presidente da Afubra, o ano será de demanda para a produção atual de tabaco, em especial pelo crescimento do consumo no mercado chinês. “A China teve crescimento no consumo de cigarros, de 1,55%, enquanto que em outros mercados houve leve redução. Acreditamos que esse crescimento na produção global terá demanda para consumo, com aumento dos valores pagos pelo produto nos principais países produtores,” aponta Werner.
BRASIL
Nos três estados do Sul, a produção de tabaco deve movimentar em receitas cerca de R$ 11 bilhões. O valor será possível com aumento da área plantada, frente a safra passada, porém, com redução no número de produtores. No atual período produtivo no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, a produção deve alcançar 604,7 mil toneladas. O cultivo estará presente em 488 municípios, envolvendo 124 mil produtores, queda de 3,1%, frente à safra anterior. A área chega a 261,7 mil hectares, na anterior totalizou em 246 mil hectares.
“Se os preços pagos pelo tabaco se mantiveram nos patamares verificados nos últimos meses, as receitas globais com a produção devem alcançar os R$ 11 bilhões,” afirma.
COMERCIALIZAÇÃO
Os dados mais atualizados apontam que 35,5% do tabaco tipo Virgínia já foi comercializado no Sul. No Burley este índice chega a 66,7% e do tipo comum o percentual é de 63,1%. Os dados foram atualizados pela Afubra no último dia 1º de abril.