Após a frustração de encerrar o primeiro encontro para a definição do preço do tabaco para a safra 2022/23 sem acordo, a Afubra acredita em avanço na tabela de preços na nova rodada prevista para janeiro. A expectativa era de que no encontro ocorrido na segunda-feira, 19, as empresas trouxessem propostas de reajuste acima do custo de produção, o que não aconteceu.
No entanto, a expectativa é positiva para a nova negociação ocorrerá em janeiro do próximo ano, segundo o tesoureiro Marcílio Drescher. “Com certeza, janeiro é o limite que a gente consegue para fazer uma oferta condizente de avanço na tabela. Nós vamos confiantes de que os setor só funciona bem se as duas partes estão bem, indústria e produtor, porque jogar qualquer ônus em cima do produtor em detrimento de alguma circunstâncias, porém, estão muito favoráveis ao setor”, afirma.
O dirigente classifica como favorável o momento vivido pelas empresas, o que justifica melhores propostas. “A exportação vendeu tabaco a uma média superior ao ano anterior, a cotação média do dólar nessa safra está melhor, a demanda do mundo inteiro está melhorando, houve um acréscimo pequeno no consumo do cigarro mundiais. Então todas essas perspectivas indicam que o setor tem que ser valorizado desde a parte primária, ou seja, o produtor tem que ter uma remuneração condizente com o sacrifício do seu trabalho”.
Neste primeiro momento foram reunidas apenas as empresas cigarreiras, pois entendem que são elas que mantém, sob seu controle, uma decisão principal sobre uma tabela que possa direcionar as demais empresas fumageiras. As justificativas, nas negociações passadas, das empresas menores era de que não poderiam definir reajustes sem a definição das cigarreiras. Ainda de acordo com Drescher, a BAT não apresentou proposta e alegou que era muito cedo e que não estaria com certas avaliações feitas no setor para fazer essa oferta. Da mesma forma a JTI, que apresentou índice abaixo do custo, também se comprometeu a rever a sua posição e estão abertos a negociação. “Foi reiterado mais uma vez que jamais devemos partir para uma negociação abaixo do custo, se negocia do custo para cima”, conclui.