Uso de práticas conservacionistas do solo no cultivo de tabaco cresce mais de 300% desde 2007

Olá Jornal
abril25/ 2025

O uso de práticas conservacionistas nas lavouras de tabaco tem avançado de forma significativa ao longo dos últimos 17 anos, revelando uma transformação importante na forma como o solo é manejado pelos produtores. Dados de 2007 a 2024 mostram uma clara transição do modelo convencional para técnicas mais sustentáveis de cultivo, com impacto direto na conservação do solo.

Em 2007, o cultivo convencional representava 83% das áreas de produção, enquanto o sistema conservacionista, baseado em Boas Práticas Agrícolas (BPAs), era adotado por apenas 17% dos produtores. A partir de então, observou-se uma queda gradual do cultivo convencional, que em 2022 atingiu 26%, ao passo que o cultivo conservacionista subiu para 74%. Essa evolução representa um crescimento de 335% em 15 anos. O percentual de conservação do solo segue em 74%, em último levantamento nas lavouras de tabaco. O ponto de virada aconteceu entre 2011 e 2014, quando as práticas conservacionistas ultrapassaram o modelo tradicional, consolidando-se como maioria nas lavouras. Em 2020, a adesão chegou ao pico de 76%, mantendo-se em patamar elevado nos anos seguintes.

Esse avanço está diretamente ligado a iniciativas de conscientização e apoio técnico aos produtores, como o Projeto Solo Protegido, uma cooperação entre o Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A iniciativa integra o portfólio de mais de 60 ações ambientais promovidas pelas empresas associadas ao SindiTabaco.

O projeto visa diagnosticar propriedades representativas da produção de tabaco na região Sul do Brasil, onde se concentra 95,4% da produção nacional, e propor intervenções com base em Boas Práticas Agrícolas. O acompanhamento será feito por meio de indicadores-chave que permitirão monitorar a proteção, conservação e recuperação do solo.

Segundo levantamento realizado pelo SindiTabaco junto às empresas associadas, quase 75% dos produtores já empregam métodos de conservação do solo na preparação das lavouras, número que deve crescer ainda mais com a implementação do Projeto Solo Protegido.

A importância desse movimento é reforçada pelo peso do setor na economia e no meio rural. De acordo com a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), na safra 2023/2024, cerca de 261.740 hectares foram cultivados com tabaco na região Sul, envolvendo aproximadamente 133.205 famílias de produtores. A receita bruta gerada aos agricultores alcançou R$ 11 bilhões, refletindo a relevância social e econômica da cultura, fortemente associada à agricultura familiar.

A crescente adesão às práticas conservacionistas não só contribui para a sustentabilidade do setor como também fortalece a resiliência das lavouras e a saúde do solo.

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