Se na safra passada a cultura do trigo registrou a maior área cultivada em Venâncio Aires, a projeção atual é do cereal ampliar a sua presença nos campos venâncio-airenses. O trigo vai ser plantado em 1.450 hectares locais, a maior área desde o início da série de acompanhamento, em 2005. Com o crescimento nas lavouras, a perspectiva é de aumento na produtividade e nas receitas geradas.
Até abril deste ano, o trigo já movimentou mais de R$ 1,06 milhão. Ao longo de 2022, a cultura gerou R$ 5,6 milhões em receitas no setor primário, recorde histórico. Conforme o chefe do escritório local da Emater/Ascar, engenheiro agrônomo Vicente Fin, a produção de trigo tem ampliado na cidade, por conta demanda de mercado, e a possibilidade de aliar o cultivo com outros períodos produtivos. “É uma cultura que tem ampliado a presença por conta da demanda do mercado, que garante renda extra, já que o ciclo produtivo consegue conciliar com outras culturas, como soja e milho. É uma tendência de crescimento nas pequenas propriedades de Venâncio Aires,” destaca.
A projeção atual da Emater é de rendimento médio de 3,6 mil quilos por hectare produzido. A safra anterior gerou 4 mil toneladas de trigo, em 1.215 hectares de área plantada. “Ainda existem muitas variáveis, que podem mudar esses números para este ano, em especial o clima. Muitos produtores que antes só plantavam soja, neste ano farão em parte da área o cultivo do trigo,” comenta Fin.
O profissional estima também que 70 famílias de produtores estarão ligados ao cultivo de trigo na atual safra. “Estamos no melhor período para o plantio das sementes, entre 20 de maio até 30 de junho. É preciso cuidar da adubação e manejo do solo para garantir produtividade e proteção contra pragas da cultura,” explica.
ESTADO
Na safra 21/22 o Rio Grande do Sul plantou a maior área de trigo dos últimos 42 anos. Conforme a Emater/RS foram 1,45 milhão de hectares e uma produção de quase 5 milhões de toneladas. Com clima seco a cultura teve desempenho acima do esperado, alcançando produtividade média de 3,4 mil quilos por hectare. Regiões que tradicionalmente não cultivavam grãos de inverno apostaram no trigo.
A região Central, por exemplo, teve aumento de área de cerca de 30%. Neste ciclo a expectativa das entidades do setor estão mais cautelosas. Um levantamento feito pela Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (Fecoagro), feito entre 20 cooperativas do estado sobre a intenção de plantio de trigo para a safra de 2023, identificou que deve haver um aumento de 1,42% na área de cultivo.