Ao longo dos últimos 10 anos Venâncio Aires viu a produção de alimentos ter um salto na participação da agricultura local. As proteínas tiveram incremento produtivo, leite, frango, suínos e bovinos ganharam espaço nas pequenas propriedades. Em 2023, os dados parciais do Valor Bruto da Produção Agrícola (VBPA) apontam que a os alimentos movimentaram mais de R$ 71,8 milhões.
O acompanhamento destas culturas e suas receitas é feito pelo escritório local da Emater/Ascar. É também nas pequenas propriedades que o destaque ocorre, com ampliação de cultivos, onde a pouco tempo o tabaco predominava. Ainda as receitas com a fumicultura representam cerca de metade das riquezas geradas no setor primário. Neste ano, até abril, o tabaco movimentou sozinho R$ 141,1 milhões, valor que pode dobrar até o fim do ano.
“A produção de proteína animal em Venâncio tem sido uma alternativa aos produtores, ocupando no máximo dois a três hectares das propriedades. Embora o valor do investimento seja grande, são pequenos produtores que dão um passo significativo. Isso ocorre também com os grãos. A soja, por exemplo em Venâncio, é 40% plantada em pequenas propriedades,” argumenta o engenheiro agrônomo e chefe do escritório da Emater, Vicente Fin.
O profissional destaca ainda novas culturas que ganham os campos locais, com foco na alimentação. O trigo deve registrar na safra atual sua maior área plantada da série histórica, ocupando 1.450 hectares e deve movimentar cerca de 3,6 toneladas por hectare produzido. No ano passado, essa cultura movimentou R$ 5,6 milhões.
“Trigo que tem crescido, assim como as hortaliças estão ligadas diretamente à agricultura familiar em Venâncio Aires. O trigo tem despontado, em especial pela demanda de mercado, sendo alternativa para a produção agrícola das pequenas propriedades. Toda a parte de proteínas, com aviários e estrutura para suínos, são pequenos produtores que administram, assim como ocorre no tabaco,” afirma Fin.
ATUALIZADO
Os dados do VBPA de 2022 foram finalizados no último mês, com incremento de informações das culturas de verão na safra. Com isso, o setor primário de Venâncio Aires gerou R$ 571,8 milhões, o melhor resultado desde o início da série de acompanhamento, em 2005.
Deste valor, 49,04% são oriundos do tabaco, que sozinho movimentou no campo R$ 280,4 milhões. As proteínas movimentaram ao longo do último ano 33,58% das receitas agrícolas. Aves, Suínos, Bovinos e Leite, geraram mais de R$ 191,8 milhões. O setor de frangos, apesar da crise vivida por cooperativas, deve registrar crescimento na participação do VBPA de Venâncio Aires. A expectativa é de alcançar os R$ 150 milhões em 2023.
FOTO: Leandro Osório/PMVA