Em 2021, a BAT Brasil tornou-se a primeira empresa de tabaco do Brasil a ser certificada com o selo oficial do Governo Brasileiro, pela Produção Integrada Brasileira. A certificação ratifica o uso das melhores práticas agronômicas e ambientais realizadas pelos produtores rurais, considerando aspectos como manejo do solo, uso racional dos recursos, produtividade, qualidade, novas tecnologias e rastreabilidade. Ao todo, mais de 16 mil produtores integrados à empresa foram certificados.
A conquista é um marco na trajetória da companhia iniciada em 1903, por Albino Souza Cruz, com a Fábrica de Cigarros Feitos a Mão. Em 1914, o grupo BAT assumiu o controle acionário da antiga Souza Cruz que passou a ser incorporada em 2020. É também mais um indicativo de que o tabaco é uma das cadeias produtivas mais organizadas no agronegócio integrado.
PLANEJAMENTO
Segundo o subcoordenador do curso de Agronomia da Unisc, Rafael Becker, o método produtivo integrado garantiu qualidade na produção brasileira de tabaco, e o sistema foi exemplo para outras culturas agrícolas. “O sistema integrado garante planejamento da safra, qualidade do produto e rastreabilidade. Esses benefícios nos trazem a importância do Sistema Integrado do Tabaco, que foi estabelecido em outras culturas, como a avicultura, suínos e a própria cana de açúcar. Se não fosse a garantia de qualidade, não se conseguiria atingir esses números de exportação.”
Para o docente, a rastreabilidade é um ponto de destaque na produção, uma vez que permite conhecer todos os caminhos, desde o cultivo até o embarque. “Garante confiabilidade ao produto vendido. A indústria consegue fazer uma padronização dos seus parâmetros produtivos. Se não tivesse esse sistema, cada produtor iria aplicar o seu modo produtivo,” ressalta Becker.
O profissional destaca ainda que o sistema é referência no agronegócio brasileiro. “O sistema integrado do tabaco é uma referência, justamente por prezar pela sustentabilidade econômica, social e ambiental. Há um interesse da indústria junto ao produtor e assistência técnica de qualidade para a produção,” finaliza professor da Unisc.
RIQUEZA
Se o campo vai bem, a economia também. Com 95% da produção, o RS é líder na exportação de tabaco. É de terras gaúchas que partem o maior volume do produto para ganhar o mundo. A usina da empresa foi instalada em Santa Cruz do Sul em 1996, a mais moderna do mundo na época.
O secretário do Desenvolvimento Econômico do Estado, Ernani Polo, destaca a relevância da empresa nesse cenário e reitera apoio ao setor. “A BAT é uma indústria centenária e consolidada no Estado e é a principal empresa de tabaco do país. Empresas cujos resultados promovam desenvolvimento econômico, geração de emprego e façam a engrenagem do avanço social alavancar, devem estar no radar do Estado, por meio de incentivos que permitam o crescimento da atividade para aumentar a produção e, consequentemente, a sua comercialização,” destaca.
FOTO: Gelson Pereira/AI BAT