A 21ª Expoagro Afubra encerrou com números históricos, 186 mil visitantes e crescimento de 57,2% nos negócios. Mas o destaque da edição de 2023 fica para a defesa da cadeia produtiva do tabaco. A feira voltada à agricultura familiar tem na sua base a ampliação da diversificação das culturas. Com o tema consolidado e a maior parte das propriedades que contam com o cultivo do tabaco já terem outras culturas, a produção amplia a sua defesa em ano de Conferência das Partes da Convenção-quadro para o Controle do Tabaco.
O evento mundial de saúde ocorre no fim de novembro, no Panamá. Mas durante a feira, políticos, lideranças de entidades e produtores tiveram falas em defesa ao cultivo de tabaco, com destaque para a importância econômica do setor, em especial para o Rio Grande do Sul. Ao avaliar a edição de 2023 da Expoagro Afubra, a direção da Associação dos Fumicultores do Brasil, também destacou a importância da defesa da cadeia produtiva do tabaco ao longo do evento.
“A Afubra defende o produtor de tabaco, essa cultura agrícola. Precisamos ver a produção de tabaco como uma importante geradora de renda e desenvolvimento. Essa força precisa ser apoiada por diferentes lideranças, em especial neste ano que teremos a 10ª Conferência das Partes no fim deste ano,” destaca Benício Werner, presidente da Afubra.
SINAIS
Para o presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Tabaco, Romeu Schneider, as posições de políticos e lideranças governamentais são fundamentais para garantir apoio na defesa da produção. “O governador colocou a preocupação da produção de tabaco. Em outras oportunidades também ouvimos manifestações favoráveis, mas no momento de colocar a opinião de forma oficial, não aconteceu. Temos receio de ser jogo para a torcida. Mas o governador Leite tem cumprido as suas defesas e esperamos que ao longo do ano mantenha a defesa da cadeia produtiva.”
O também secretário da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) e diretor da Agro Comercial Afubra, lembrou que a produção de tabaco tem agregado renda aos pequenos agricultores. “É extremamente importante mostrar a importância do tabaco nas pequenas propriedades. A parte positiva do tabaco é muito maior do que a parte negativa, e isso precisa ser mostrado,” reforçou.
DIVERSIFICAÇÃO
O coordenador da Expoagro Afubra, engenheiro agrônomo, Marco Antônio Dornelles, destaca que a defesa da cadeia produtiva do tabaco ganha força na feira, em especial por estar relacionada a outras culturas agrícolas. “A cadeia produtiva do tabaco também está relacionada a diversas outras culturas. Essa proposta de promover a diversificação nos aproxima de outras entidades para pesquisas, para convergência de várias instituições que fazem acontecer a programação da feira.”
GOVERNADOR
O governador Eduardo Leite (PSDB) participou da solenidade de abertura da feira, e destacou o apoio ao setor. Atualmente o tabaco é o segundo produto mais exportado pelo Rio Grande do Sul, movimentando quase US$ 2 bilhões. Leite em entrevista coletiva garantiu apoiar a cadeia produtiva, e a articulação junto às lideranças do Estado e do Governo Federal para a posição brasileira junto à COP10. “Não aceitamos condenar a produção. É importante que se valorize o cultivo, que se entenda o impacto que tem.”
No primeiro bimestre de 2023 o tabaco figura como o principal produto exportado pelo estado. O tabaco não manufaturado, com embarques que somaram US$ 406,45 milhões – alta de 23,2% na comparação com o mesmo período de 2022 –, liderou a lista de produtos mais vendidos do Rio Grande do Sul.