A identificação de pontos de perdas de água potável é um desafio em todo o país. Em Venâncio Aires, segundo dados da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), o índice de perdas alcança 46,7%. O levantamento leva em consideração o total de água bruta captada e após tratamento, o volume entregue nos hidrômetros. Ao longo dos últimos anos o percentual tem aumentado e para enfrentar o problema, um pacote milionário busca garantir maior eficiência na rede de abastecimento do município.
A rede de distribuição de água da Corsan no território venâncio-airense possui mais de 250 quilômetros. Neste complexo estão mais de 20 mil conexões com clientes. O levantamento possui duas variáveis que compõem o índice. O de Perdas Aparentes, que são às atribuídas a erros nos hidrômetros e ligações clandestinas. E as Perdas Físicas, quando ocorrem transbordamentos de reservatórios e vazamentos nas tubulações.
Desde 2016 Venâncio Aires tem registrado aumentos constantes no percentual de perdas com água distribuída pela Corsan. Saiu de 35,6% há seis anos, para 46,4% em 2021. Já neste ano o percentual está em 46,7%. Os dados também são acompanhados pelo Painel Saneamento Brasil, criado pelo Instituto Trata Brasil.
Buscando reduzir os volumes de água perdidos, um pacote de R$ 10 milhões foi anunciado pela estatal para garantir identificação e maior eficiência na rede de abastecimento. O recurso é dividido entre Venâncio Aires, Santa Cruz do Sul e Cachoeira do Sul. Conforme o superintendente da Superintendência Regional Central da Corsan, José Roberto Ceolin Epstein, as maiores perdas envolvem vazamentos invisíveis. “São perdas que dificultam a localização, por isso é uma busca ativa com equipamentos específicos para apontar possíveis vazamentos. Esse trabalho busca percorrer os mais de 250 quilômetros da rede de Venâncio e iniciou no ano passado.”
Apesar do percentual elevado, o gestor afirma que ao longo dos anos o volume perdido de água será menor. “A rede de Venâncio Aires foi substituída e está em constante aprimoramento. Nosso desafio agora é garantir o acompanhamento de prevenção, para evitar que vazamentos ocorram.”
Além destes investimentos, um convênio com o banco Mundial, no valor de R$ 400 milhões, também busca melhorar a eficiência da companhia, com foco na redução de perdas da água tratada.
Atualmente 37,2% da população venâncio-airense não está conectada na rede de abastecimento da Corsan. São moradores do perímetro rural, atendidos por redes hídricas ou poços artesianos. Outros 2.256 moradores já contam com rede de coleta de esgoto nas suas casas, segundo dados do Trata Brasil.