O produto de tabaco aquecido eletronicamente da Philip Morris Internacional (PMI), IQOS, deve atingir seu público-alvo no Brasil, que são os adultos fumantes. É o que aponta uma avaliação quantitativa realizada pela empresa de pesquisa e de inteligência de mercado Ipsos, patrocinada pela PMI. Ao mesmo tempo, a avaliação indica que o produto provavelmente não atrairá seu público-alvo indesejado que são adultos que nunca fumaram e ex-fumantes.
O estudo ocorreu entre 16 de setembro e 03 de outubro de 2020, por meio de entrevistas presenciais com 1.920 participantes em cinco cidades localizadas em diferentes regiões do Brasil, Porto Alegre, São Paulo, Brasília, Fortaleza a Manaus. Foi constituído por adultos brasileiros do sexo masculino e feminino, de todos os níveis socioeconômicos divididos em quatro grupos: fumantes, ex-fumantes, nunca fumantes de 18 a 24 anos e de 18 a 64 anos.
O objetivo foi avaliar as respostas ao IQOS e seus rótulos, rotulagem e material de marketing. Foi utilizada a orientação da Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA em inglês) em termos de melhores abordagens para prever o comportamento futuro de uso de produtos de tabaco.
RESULTADOS
Os resultados do estudo mostram que a intenção de usar IQOS atingiu 14,2% entre adultos fumantes, 2,5% entre adultos ex-fumantes e não ultrapassou 2,5% entre adultos nunca fumantes. Em ex-fumantes adultos, a intenção é semelhante à intenção de usar cigarros que atingiu 3,3%.
De acordo com o chefe de percepção do consumidor para a América Latina e Canadá da PMI, David Rodrigues, ao analisar a intenção de experimentar entre adultos nunca fumantes, os resultados do estudo mostram que a intenção de experimentar o produto em ambos os grupos de adultos nunca fumantes foi baixa e semelhante à intenção de experimentar cigarros.
“Portanto, com base nos resultados da pesquisa, o IQOS provavelmente atrairá seu público-alvo: fumantes adultos, ao passo que provavelmente não atrairá seu público-alvo indesejado: adultos que nunca fumaram e ex-fumantes adultos”, avalia.
Rodrigues afirma que o resultado é importante uma vez que a empresa desenvolveu produtos para fumantes, que têm o potencial de reduzir os riscos de doenças relacionadas ao cigarros tradicional, com combustão. “Para beneficiar o indivíduo e a população como um todo, os produtos livres de fumaça não devem apenas reduzir os riscos à saúde em comparação com o cigarro tradicional, mas também devem ser substitutos aceitáveis do cigarro para fumantes adultos que, de outra forma, continuariam a fumar. Ao mesmo tempo, e igualmente importante, esses produtos não devem ser atraentes para não fumantes, ex-fumantes ou menores de idade”, explica.
IMPORTÂNCIA
A atração de novos fumantes pelos Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEF’s) é uma das principais preocupações das autoridades de saúde em relação a regularização desses produtos no país. O tema em debate desde 2019 terá uma decisão ainda este ano por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Atualmente, o processo encontra-se na fase de Análise de Impacto Regulatório (AIR), que consiste na avaliação das evidências técnicas e científicas apresentadas durante as audiências públicas e que vem sendo desenvolvida desde outubro de 2019. Ainda haverá Consulta Pública e, por fim, a deliberação final. No entanto, dentro do processo de AIR ainda há etapa Grupo Focal a ser cumprida.
Em abril foi finalizada a atividade ‘Outras ações previstas no plano de participação social’, que inclui três consultas dirigidas, realizadas em março, e Grupo Técnico de Trabalho (GT), cancelado devido a reestruturações internas e a priorização de iniciativas referentes ao combate à pandemia.