Que as propriedades rurais são verdadeiras empresas, isso já está comprovado. O giro financeiro, número de colaboradores, maquinários e estrutura fazem o empreendimento rural andar, garantindo riqueza para o agricultor. A estimativa do escritório local da Emater/Ascar é de garantir na próxima safra (2019/2020), R$ 180 milhões nas propriedades que produzem tabaco. Serão 9,1 mil hectares de área cultivadas em Venâncio Aires.
A força do produtor de tabaco é vista em números. Isso porque a cultura integra mais de 3,5 mil propriedades rurais venâncio-airenses, que possuem na planta a principal fonte de renda. Como o número de produtores por propriedade é maior, o total de fumicultores na Capital do Chimarrão chega aos 4,2 mil. No total são cinco mil propriedades rurais estabelecidas na cidade, porém, mais de 9 mil blocos de produção estão ativos.
Para marcar o Dia do Produtor de Tabaco, comemorado neste 28 de outubro, o volume de negócios destes empreendedores ganha destaque. Segundo o levantamento da Emater, Venâncio Aires deve registrar na próxima safra – que encerra em janeiro no município – uma produção de 21 mil toneladas colhidas. “Isso levando em consideração aspectos normais de clima, quantidade de chuva e sem tempestades. Com isso em Venâncio deveremos ter um crescimento, mesmo que pequeno, na área cultivada, passando de 9 mil hectares, para 9.100 hectares,” explica o chefe do escritório local do órgão de assistência agrícola, Vicente Fin.
FORÇA NACIONAL
Na Região Sul do Brasil, a produção de tabaco ocorre em 557 municípios e a safra 2018/19 rendeu R$ 5,9 bilhões de receita às 149 mil famílias produtoras, segundo informação da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra). Instituído em 2013, o Dia do Produtor de Tabaco passou a ser comemorado oficialmente em 28 de outubro, momento em que cerca de 600 mil pessoas envolvidas com o cultivo são celebradas. E esses milhares de produtores têm um único propósito: viver cada vez melhor.
A data possui motivos para ser comemorada, pois se trata de uma categoria com nível econômico e social acima da média geral dos trabalhadores brasileiros, conforme foi comprovado em pesquisa do Centro de Estudos e Pesquisas em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Cepa/Ufrgs).
Para a elaboração do Perfil Socioeconômico do Produtor de Tabaco da Região Sul do Brasil, foi realizada uma pesquisa em 2016, em 15 das 21 microrregiões produtoras de tabaco que compõem a Região Sul do Brasil – o que corresponde a 94,3% do total produzido na região. Na época, o dado que mais impressionou os pesquisadores foi a renda per capita mensal média da população de produtores de tabaco da Região Sul, que era de R$ 1.926,73, enquanto a renda per capita no Brasil era de R$ 1.113,00.
“Enquanto 78,5% dos brasileiros estavam compreendidos nos estratos sociais C, D e E, mais de 80% dos produtores de tabaco estavam compreendidos nos estratos sociais A e B”, avalia Iro Schünke, presidente do SindiTabaco, entidade que encomendou a pesquisa que demonstrou ainda que os produtores têm um bom acesso a itens relacionados às condições de conforto, higiene e saúde, respaldado pelo nível de renda.
MANIFESTO
Retratar a vida dos produtores rurais na atualidade, homens e mulheres que vivem de cultivar a terra com planejamento, inovação e de olho na sustentabilidade são objetivos do vídeo manifesto lançado no início do mês pelo SindiTabaco. Segundo o presidente da entidade, Iro Schünke, o manifesto levanta questões inerentes ao homem do campo que trabalha pela qualidade de seu produto com informação, precisão e preservação. A sucessão também é tema documento, que busca valorizar o produtor.