A cada dois anos o setor do tabaco se prepara para as dsicussões sobre as políticas globais de redução do consumo de cigarros no planeta. Neste ano a 8ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (COP8) ocorre em Genebra, na Suíça, entre os dias 1º e 06 de outubro. O tom que o governo brasileiro levará para as discussões ainda é dúvida, já que representantes do setor da saúde querem medidas mais duras para avançar no controle dos cigarros no mercado nacional.
As dúvidas sobre as medidas que podem passar a compor o tratado mundial de saúde fazem parte do evento, em especial para os representantes de entidades ligadas a defesa da produção de tabaco no Brasil. O país é o mais importante mercado global de exportação e por isso busca proteger a sua economia. Na edição deste ano os prefeitos de municípios produtores lideraram encontros com membros da Comissão Nacional para a Implementação da Convenção-Quadro, com o objetivo de garantir um novo diálogo e acesso ao evento na Suíça. Ainda não há confirmação do credenciamento, mas três gestores municipais irão acompanhar o evento, assim como membros de entidades ligadas à cadeia produtiva do tabaco, entre elas, Afubra, Sinditabaco, Fetag e Fentifumo.
Uma das pautas que deve retornar aos debates é a ampliação de medidas para a diversificação das lavouras do tabaco. “A defesa que nós fazemos é de toda a cadeia produtiva do tabaco, estamos indo para a COP8 com o desejo de manter conversas com a chefia da delegação que é comandada pela Embaixada do Brasil. Estamos indo com a expectativa de não voltar com medidas drásticas que possam inviabilizar a produção de tabaco no nosso país,” destaca o presidente do Sindicato das Indústrias do Tabaco (Sinditabaco), Iro Schünke.
Já o presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Benício Werner, destaca que o cenário de incertezas acaba dificultando o diálogo entre os representantes da cadeia produtiva e a delegação do país. “Isso se repete em cada COP e acaba frustrando qualquer tipo de diálogo diferente. Vamos para este evento com a certeza de defender o produtor. Mas também notamos que nos últimos anos pautas já discutidas acabam voltando para o centro do debate.”
COMÉRCIO ILÍCITO
Se na COP8 os debates da cadeia produtiva e dos setores da saúde não são na mesma linha. Após a conferência ocorre a primeira reunião dos países que fazem parte do Protocolo para Eliminar o Comércio Ilícito de Produtos de Tabaco. Este encontro também será realizado em Genebra, entre os dias 08 e 10 de outubro. O principal tema de debates será sua aplicação. O controle do mercado ilegal é pauta também de defesa das entidades que representam o setor. A ideia é de unir esforços entre as nações para diminuir o comércio do cigarro ilícito, uma vez que representa não só problemas para a saúde de quem consome, mas também gerando perda de arrecadação por parte dos governos.