São Paulo sediou durante toda esta segunda-feira, 13, uma Roda de Conversa sobre Patrocínio Privado e Reassentamento, onde lideranças de todo o mundo debateram a questão dos refugiados no evento que foi organizado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados no Brasil. Único prefeito brasileiro no debate, Giovane Wickert falou sobre o trabalho da ACNUR em Venâncio Aires e defendeu uma compensação do Governo Federal os municípios que são adeptos ao programa de reassentamento.
Ao lado de representantes do Ministério da Justiça, por meio da Secretaria Nacional de Justiça, e a Organização Internacional para as Migrações, o gestor venâncio-airense falou da experiência do Município, que possui diversos refugiados, e defendeu que o Governo Federal edite uma portaria interministerial que compense os municípios que já possuem refugiados que gostariam de aderir ao programa. “É preciso dar mais acesso aos municípios na classificação para a construção de novas creches, postos de saúde ou moradia popular. Ser incentivador também com ganhos na área da segurança e repasse de recursos do Fundo Nacional de saúde, educação e assistência social. Precisamos ainda de uma política de incentivo ao setor privado”, defendeu Wickert que acredita que isso faria com que os municípios tivessem um maior interesse pelo tema e se tornariam assim cidades solidárias ou territórios solidários.
O modelo de reassentamento sustentável dentro da realidade brasileira norteou o evento que debateu ainda o modelo do Canadá. A embaixada do país apresentou o modelo adotado que permite que companhias, comunidades ou qualquer outro grupo possa diretamente patrocinar um programa de reassentamento. Mais de 40% dos refugiados que moram no Canadá são patrocinados através desta lei e não pelo estado. No total, nove mil grupos privados atuam em algum tipo de patrocínio de refugiados no país canadense.