Venâncio possui 27% do seu território com matas nativas ou regeneradas

Guilherme Siebeneichler
agosto05/ 2017

Venâncio Aires está em destaque no cenário ambiental. Isso se deve ao Cadastro Ambiental Rural (CAR), que coloca o município como o segundo com o maior número de imóveis registrados e com avaliação das áreas de matas catalogadas. A cidade fica atrás apenas de Canguçu. Os dois são os principais produtores de tabaco no país. A área territorial da Capital do Chimarrão ocupa 773,2 km² e deste total, 27% são de matas nativas ou regeneradas. O valor é apontado como excelente, já que a tendência é de crescimento dos espaços com florestas naturais.

A partir da conclusão do CAR e o registro das propriedades rurais será possível acompanhar a evolução ou diminuição das áreas florestais em todo o país. A região Sul e Sudeste possuem mais de 90% dos imóveis já registrados. Em Venâncio Aires esse índice já alcança às 6.806 propriedades, contra 11.532 de Canguçu, o primeiro município do estado com maior volume de informações registradas junto ao Ministério de Meio Ambiente.

O cadastro permitirá maior acompanhamento da preservação das áreas verdes existentes e a necessidade de recuperação de espaço de proteção permanente. Além disso, o sistema também cataloga as nascentes e cursos d’água para proteção. Todos os produtores rurais têm até o dia 31 de dezembro de 2017 para realizar o CAR.

O chefe do escritório local da Emater/RS, Vicente Fin, atribui os resultados de proteção das florestas, aos incentivos do governo federal e campanhas educacionais desenvolvidas por empresas do ramo fumageiro. “Tivemos um avanço, projetos de recuperação e incentivo de cultivo das matas para geração de energia, como por exemplo eucalipto. Isso ocorre desde 1995, quando houve uma diminuição das derrubadas. Agora, a tendência é de ampliação das áreas de matas, com a regeneração dos locais.”

Em Venâncio Aires a maior parte das matas virgens estão localizadas na região serrana.

LAVOURAS MENORES
A proteção das florestas também se deve a diminuição das áreas cultivadas com outras culturas agrícolas.
“A tecnologia no campo tem exigido menores áreas para a lavoura. Isso também ajuda na regeneração das florestas naturais. Nos próximos 30 anos teremos um aumento do percentual de área nativa no município,” explica Fin.

VOLTA DE ESPÉCIES
Outro sinal de crescimento das áreas florestas é o ressurgimento de espécies de animais que estavam ameaçadas de extinção. O escritório da Emater tem registrado casos de aparecimento de gatos e cachorros do mato, tucanos, caturritas e papagaios.

Guilherme Siebeneichler