Diversos municípios gaúchos apontam rendimento diferente do previsto na bula das vacinas contra a Covid-19, fabricadas pelo Butantan. A chamada Coronavac deveria garantir 10 doses por frasco. Porém, alguns lotes não alcançam esse número. Segundo levantamento do Setor de Imunização de Venâncio Aires, até o momento já foram identificados 130 frascos que tiveram falta de pelo menos uma dose. Estes imunizantes são de quatro lotes entregues ao Município por meio do Ministério da Saúde e fabricados pelo instituto paulista.
Conforme a coordenadora da campanha, enfermeira Roselene Heinen, todos os lotes entregues ao município apresentaram problemas no número de doses. “No geral os lotes da Butantan estão dando quebra de uma dose nos frascos, não são em todos. Assim que identificamos informamos a regional de saúde e a secretaria municipal.”
Os casos identificados pelo município, na hora da aplicação, são notificados e encaminhados à Coordenadoria Regional de Saúde, com sede em Santa Cruz do Sul (13ª CRS). A coordenadora, Mariluce Reis, afirma que todos os municípios da região de abrangência já informaram quebra de doses. “O Estado está analisando e investigando a situação para identificar as possíveis causas, se foram no manuseio ou se há falta de doses já no frasco,” argumenta.
A Capital do Chimarrão já recebeu desde o início da campanha mais de 22 mil doses de vacinas contra a Covid-19. Destas, segundo portal do Estado, 17,6 mil já foram aplicadas.
ESTADO
Municípios de diversos Estados encaminharam reclamações à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre o recebimento de lotes da vacina CoronaVac com menos doses do que o indicado nos protocolos. No Rio Grande do Sul, 127 prefeituras fizeram esse comunicado, alegando o problema. A redução, segundo as prefeituras, está na quantidade de vacina em cada ampola e não no número de frascos.
O Instituto Butantan é responsável pela produção da CoronaVac e descarta que tenham sido enviadas ampolas com menor quantidade aos estados. Sustenta que essa redução deve estar ligada à forma com que os vacinadores aspiram o líquido do imunizante com a seringa. Diz que cada frasco contém 10 doses de 0,5 ml cada, totalizando 5 ml, e adicionalmente ainda é envasado conteúdo extra, chegando a 5,7 ml por ampola
O Ministério da Saúde informa que é para que “Estados e municípios registrem no formulário técnico quando não for possível aspirar o total de doses declaradas nos rótulos das vacinas”. O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) orienta que todas as notificações sejam informadas à Anvisa, por meio dos sistemas oficiais que a agência dispõe,