Demanda antiga das famílias que dependem da água de poço para consumo, o excesso de flúor tem desafiado o poder público. Um convênio entre o Governo do Estado e a Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), promete melhorar a situação em municípios com a demanda. O projeto da instituição objetiva garantir a purificação de até cinco mil litros de água por hora, para abastecer comunidades que atualmente são atendidas por redes hídricas captadas em poços. A primeira cidade a receber o projeto será Cachoeira do Sul, na localidade de Piquiri. Entretanto, Venâncio Aires tem previsão de receber o programa até o fim do próximo ano.
O convênio foi assinado na última sexta-feira, 1º, na universidade, e contou com a presença de representantes da Secretaria Estadual de Habitação e Obras (SOP), Corsan e Unisc. O principal objetivo é garantir acesso a água potável. Atualmente cerca de 11% do território gaúcho possui excesso de flúor na água subterrânea, e a região entre Tabaí e Mata é a mais atingida. Este mineral em grandes quantidades pode causar problemas graves nos dentes dos consumidores.
PROJETO
A partir dos estudos da Unisc, foi projetado um equipamento à base de carvão ativado de osso bovino para filtrar o volume de flúor acima da faixa entre 0,6 e 0,9 partes por milhão/miligrama/litro, considerada ideal. O modelo experimental beneficiou oito famílias em 2020, na localidade de São Sebastião, em Restinga Seca.
CONVÊNIO
Na assinatura do convênio, o secretário estadual da SOP, José Stédile abriu o encontro e destacou que a pasta estadual tem priorizado investimento no abastecimento. “Nossa gestão prioriza o acesso ao saneamento, abastecimento e qualidade da água,” destaca.
Os trabalhos do convênio foram liderados pelo secretário-adjunto da SOP, ex-prefeito de Venâncio Aires, Giovane Wickert (PSB) que participou do ato de assinatura. “Junto com a universidade buscamos um caminho para esta demanda, que afeta muitos municípios,” explica.
O ex-prefeito lembrou o caso da localidade de Alto Paredão, em Venâncio, que apesar de contar com sistema de tratamento da água, feito pela Funasa, ainda não se resolveu a demanda da comunidade. “Lá os poços têm problemas e a água não é potável. Agora temos uma solução para levar a água para a casa das pessoas,” lembra.
PARCERIA
A reitora da Unisc, Carmen Lúcia de Lima Helfer lembrou que a vocação da instituição é buscar soluções para demandas da comunidade. “A Unisc é uma instituição comunitária, pensa medidas para melhorar a vida das pessoas da nossa sociedade,” concluiu.
O projeto é assinado pelos doutores Adilson Ben da Costa e Eduardo Alexis Lobo Alcayaga.