O Comitê Suprassindical de Venâncio Aires participa no dia 30 de nova Greve Geral Nacional contras as reformas Trabalhista e Previdenciária, pelo Fora Temer e pelas Diretas Já. A paralisação é chamada pelas centrais sindicais e será o ponto alto do Junho de Lutas, movimento que inicia na semana em que as comissões do Senado votarão o relatório sobre a reforma Trabalhista. A previsão é que o relatório vá a plenário antes do dia 30 de junho.
Assim como ocorreu no dia 28 de abril, a nova paralisação nacional reúne entidades sindicais e movimentos sociais. Muito além da defesa dos direitos trabalhistas, os atos devem ser importantes para os rumos políticos do país. A expectativa do grupo venâncio-airense, formado por seis sindicatos, diante do agravamento da crise no governo de Michel Temer (PMDB), é de que o movimento supere a Greve Geral de abril.
Nesta terça-feira, 20, o Comitê entregou panfletos no centro da cidade como forma de divulgar o movimento e conscientizar a população para a importância da mobilização. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo, Alimentação e Afins alerta para a necessidade de envolvimento dos cidadãos. “Hoje é um dia importante para mais uma caminhada de mobilização para que a população entenda o quanto é necessário se engajar nesta luta. Queremos pôr um fim nessa degradação da política e da justiça do Brasil”, afirma.
APOIO
Uma das pessoas que recebeu o material ontem pela manhã foi Antônio Linch, 63 anos. Ele conta que trabalhou 42 anos e ainda não poderá se aposentar. Para Linch, o País não vai nada bem. “Está muito ruim, tem que melhorar. Nós pobres que pagamos a conta. Estão levando o dinheiro de caminhão, não podemos deixar”.
COMITÊ
O Comitê Suprassindical é formado pelos Sindicatos da Alimentação, Calçadistas, Metalúrgicos, Servidores Públicos, Construção Civil e Trabalhadores Rurais. A iniciativa inédita tem como objetivo chamar a atenção da população para a perda de direitos com as reformas e para a ilegitimidade do governo, acusado de três crimes. O grupo se reúne desde fevereiro e já realizou passeatas, panfletagens, bloqueio da RSC-287 e paralisação no dia 24 de maio como forma de mobilização.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Calçado, João Émerson Dutra de Campos, considera um absurdo o trâmite das reformas em pleno momento de novas acusações contra o governo. “O mínimo seria que as reformas fossem congeladas e que se fizesse o debate com os trabalhadores”. Conforme o sindicalista, o Comitê continua atuando fortemente na conscientização da população para a importância dos movimentos de classe. “Querem enfraquecer os sindicatos que são a única forma de proteger os trabalhadores”, afirma.
FOTO: Guilherme Siebeneichler