Venâncio Aires confirma a ocorrência dos primeiros casos de reinfecção pelo novo Coronavírus (Covid-19). Os dois casos ocorrem com trabalhadores da área da saúde que já haviam sido infectados pelo vírus no ano passado.
De acordo com a médica infectologista, Sandra Knudsen, a expectativa é que sejam casos mais leves uma vez que os pacientes teriam imunidade adquirida no primeiro contágio. “A gente espera que essa reinfecção seja mais leve do que o primeiro episódio por conta da imunidade que já existe natural, pela primeira doença, e que a vacina venha nos ajudar a dar imunidade de tal forma que as pessoas mesmo que elas tenham Covid seja mais leve”, avalia.
A especialista explica que para que seja considerado reinfecção, os dois casos, a primeira infecção e a segunda, precisam ter sido sintomáticos, confirmados por exame PCR e terem ocorrido em um intervalo de três meses. Segundo o último relatório divulgado pelo Ministério da Saúde, o país tem seis reinfecções confirmadas pelo novo Coronavírus. O Boletim Epidemiológico nº 52, do dia 04 de março, traz informações da semana de 21 a 27 de fevereiro. O rastreador mantido pela agência de notícias holandesa BNO News, aponta que no mundo são 64 casos confirmados e 12.838 suspeitos.
MAIS JOVENS NA UTI
A especialista afirma que o perfil dos pacientes está muito diferente do que a pandemia registrou até aqui. São pessoas mais jovens, na faixa dos 40 anos, e sem comorbidades, ou seja, sem associação entre duas ou mais doenças, ao mesmo tempo, precisando de UTI. “Mudou o perfil totalmente. A gente continua vendo uma alta prevalência de pacientes em UTI que são obesos, parece que este é um fator importante, a obesidade ou o sobrepeso, apesar que não é 100% dos pacientes mas a gente vê que é um fator importante”.
MOMENTO CRÍTICO
Apesar de considerar que as duas semanas atrás tenham sido piores, a médica destaca que o momento ainda é crítico, com hospital e leitos de UTI lotados. Além disso, a emergência possui pacientes que são candidatos a UTI.
Para a infectologista, a vacinação precisa chegar mais rápido. “Está bem complicado ainda. O que a gente precisa mesmo torcer agora, aguardar com muita expectativa, torcendo para que ande rápido, são as vacinas. As vacinas precisam andar mais rápido”, conclui.