Uma comissão de Venâncio Aires foi criada por integrantes de movimentos sociais e partidos para acompanhar o julgamento em segunda instância do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O grupo se deslocou à Porto Alegre ainda nesta terça-feira, 23. Um acampamento no anfiteatro Pôr do Sol foi organizado.
Ainda nesta terça-feira, na esquina democrática, foram realizadas manifestações com a presença de Lula, lideranças de partidos de esquerda e da ex-presidente Dilma Rousseff. Segundo os organizadores cerca de 70 mil pessoas participaram dos atos.
Pelo menos 13 mil pessoas participam do acampamento a favor do ex-presidente Lula nesta manhã. A concentração, articulada principalmente pelo MST e pela Via Campesina, mais intensa ocorre na Rótula das Cuias, ponto mais próximo que os manifestantes conseguem chegar de onde estão os desembargadores, no Tribunal Regional Federal da 4ª Região. O bloqueio é intenso no local, limitando a circulação dos manifestantes na avenida Beira Rio.
CONTRÁRIOS
Mobilizações lideradas pelo Movimento Brasil Livre (MBL) em conjunto com o Vem Pra Rua e a Banda Loka, também foram realizadas a favor do juiz Sérgio Moro, e defendendo a prisão do ex-presidente Lula. Na manhã desta quarta-feira, um grupo colocou bandeiras do Brasil no Parque Moinhos de Vento, enquanto que algumas pessoas faziam bandeiraço junto à Anita Garibaldi, na esquina com a Goethe.
Antes, a única manifestação contrária a Lula foi registrada no Guaíba, com a exposição de um grande “pixuleco” colocado em uma balsa. O boneco mostrava a figura do ex-presidente vestindo uma roupa de presidiário. A embarcação, que estava dentro da área não bloqueada, foi parada e o boneco foi retirado, segundo a Secretaria Estadual de Segurança Pública.
JULGAMENTO
O julgamento do recurso apresentado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no processo do triplex em Guarujá iniciou às 8h30 do dia 24 de janeiro de 2018, na sede do TRF-4, em Porto Alegre.
A apelação será analisada pelos desembargadores João Pedro Gebran Neto, relator da Lava Jato no TRF-4, Leandro Paulsen, que é o revisor, e Victor Luiz dos Santos Laus. Eles integram a 8ª Turma do Tribunal Regional da 4ª Região.
Em julho, Lula foi condenado pelo juiz Sergio Moro, responsável pela Lava Jato na primeira instância, a 9 anos e 6 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo envolvendo o triplex.
De acordo com a denúncia, a OAS pagou R$ 3,7 milhões em propina a Lula por meio da entrega e reforma do imóvel, além do armazenamento do acervo presidencial. Lula foi absolvido da acusação sobre o armazenamento. O ex-presidente nega ser dono do imóvel.
Outros dois réus no mesmo processo também foram condenados, e quatro, absolvidos.