A indústria, setor que hoje representa 22% do PIB do Brasil, vê-se desafiada a fazer a transição para o novo modelo de negócios do século 21 onde o conhecimento e a tecnologia assumem o papel central na geração de valor e riqueza. Este gigante, que contribui com R$ 1,3 bilhão para a economia do país, ainda está alicerçado em processos tradicionais onde os ativos físicos, por exemplo, são considerados a riqueza da empresa.
Para o secretário da Inovação, Ciência e Tecnologia do RS, Luís da Cunha Lamb, é preciso estar atento às mudanças de perfil global, onde os negócios mais valiosos estão ligados à tecnologia. “Hoje as empresas mais valiosas do mundo não estão mais ligadas ao petróleo, por exemplo, com grandes ativos patrimoniais e de caráter exploratório. Estão voltadas à inovação, conhecimento e tecnologia”, explica. O ranking tem Apple, Amazon, Microsoft, Alphabet, e Facebook entre as cinco maiores, com valor de mercado superior a US$ 500 bilhões.
FUTURO
Lamb chama atenção de empresários e governos para a necessidade de olhar esse movimento global, onde o conhecimento humano passou a ser cada vez mais preponderante e a ter mais valor. “Empresas que desenvolvem soluções tecnológicas dependem do conhecimento das pessoas e têm poucos ativos físicos e isso vai acontecer com vários setores tradicionais da economia. O agronegócio, por exemplo, está cada vez mais automatizado. Grandes extensões de terra são cuidadas por uma pessoa que maneja implementos tecnológicos”, exemplifica.
O desafio está também na educação cuja formação influenciará na oferta de novos profissionais. “Nós ainda não oferecemos uma educação condizente com o modelo econômico do século 21, que é o modelo do conhecimento. Nós temos que qualificar muito a educação nas nossas escolas para preparar o jovem para esse século, que é do conhecimento e tecnologia.”
O secretário afirma que o governo estadual vem atuando nesse sentido, buscando desenvolver um ambiente para a inovação e novos negócios, para que o Estado seja visto como uma grande rede de inovações com potencial de investimentos inovadores e para que jovens possam vê-lo como oportunidade. “É preciso incentivar que a tecnologia seja implementada nas matrizes econômicas e que surjam novas. A indústria está passando por uma transformação significativa. A automação, a robótica e a inteligência artificial vieram pra ficar sim. O modelo está mudando muito e a aplicação do conhecimento, do ser humano, vai ser crucial para o desenvolvimento de qualquer negócio”.